Ibovespa não sustenta alta após corte da Selic; dólar sobe 1,94%

3 de agosto de 2023

Nesta quinta-feira (3), primeiro pregão após o corte da taxa Selic pelo Banco Central (BC), o Ibovespa não sustentou a alta esperada pelos investidores na véspera. Após atingir um máximo de 122.619 pontos, avanço de 1,46%, o principal índice do mercado caiu 0,20% e encerrou o pregão a 120.619 pontos. O volume financeiro foi de R$ 24,59 bilhões.

Na noite de quarta-feira (2), o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual. Foi a primeira baixa dos juros em três anos, com a taxa referencial caindo de 13,75% para 13,25% ao ano. O corte foi maior que o esperado, superando as expectativas do mercado, que eram de 0,25 ponto porcentual. O Comunicado divulgado pelo Copom após a reunião também sinalizou outros cortes de 0,50 ponto percentual nas três próximas reuniões agendadas para este ano, em setembro, novembro e dezembro.

Mesmo assim, o Ibovespa não foi capaz de sustentar a alta. Entre as explicações estão a piora das expectativas no mercado americano. Na quarta-feira (2) a agência de classificação de risco Fitch baixou a nota dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, citando devido a expectativas de deterioração fiscal nos próximos três anos, bem como pela perspectiva de crescimento da dívida pública. Com isso, os índices de ações vêm registrando baixas sucessivas, o que contaminou outros mercados fora dos Estados Unidos.

O aumento da aversão internacional a risco também afetou o mercado cambial. Nesta quinta-feira (3), o dólar registrou uma das maiores altas diárias do ano e avançou 1,94%, fechando a R$ 4,889, maior nível em quatro semanas.

Segundo Cristiane Quartaroli economista do Banco Ourinvest, “parte dessa alta deve-se à decisão do Copom, que trouxe um corte acima do esperado pelo mercado. Além disso, o cenário é de aversão ao risco no exterior, refletindo na alta de moedas emergentes.”

Destaques do dia

Liderando as altas, a Dexco (DXCO3) subiu 4,79% a R$ 8,75, após divulgar um lucro líquido de R$ 177 milhões no segundo trimestre e reduzir estimativas dos investimentos para o período de 2021 a 2025. Em seguida, a Petrorio (PRIO3) subiu 4,27% a R$ 47,18 após divulgar o balanço do segundo trimestre, mostrando lucro líquido de R$ 184,6 milhões, alta de 32% ante igual período de 2022.

Na ponta negativa, as ações da Via (VIIA3) e da Alpargatas (ALPA4) caíram, respectivamente, 7,21% a R$ 1,93 e 5,26% a R$ 9,01. Os papéis da Alpargatas recuaram depois do relatório de analistas do JPMorgan, que cortaram a recomendação para os papéis para “neutra” e reduziram o preço-alvo de R$ 9,50 para R$ 9,00.

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No exterior

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street recuaram com um salto nos rendimentos dos Treasuries, balanços corporativos sem tendência definida e dados econômicos dos EUA apontando a persistência da inflação. Isso manteve os investidores cautelosos. Os participantes do mercado têm observado os dados atentamente, tentando avaliar se o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, pode seguir no processo de aperto monetário se não conseguir levar a inflação para a meta.

Na Europa, os índices caíram após resultados corporativos decepcionantes, rendimentos elevados dos títulos dos EUA e dados que apontam para uma desaceleração da atividade empresarial na zona do euro. Os papéis britânicos, por outro lado, se recuperaram depois que o Banco da Inglaterra elevou os juros de acordo com as expectativas com uma redução no ritmo de aperto monetário em relação à reunião anterior.

(Com Reuters)

Confira as 10 maiores empresas do mundo em 2023

1. JPMorgan Chase Origem: Estados Unidos Vendas: US$ 179,9 bilhões Lucro: US$ 41,8 bilhões Ativos sob gestão: US$ 3,7 trilhões Valor de mercado: US$ 399,5 bilhões
2. Saudi Aramco Origem: Arábia Saudita Vendas: US$ 589,7 bilhões Lucro: US$ 156,3 bilhões Ativos sob gestão: US$ 653,8 bilhões Valor de mercado: US$ 2,05 trilhões
3. ICBC Origem: China Vendas: US$ 216,7 bilhões Lucro: US$ 52,4 bilhões Ativos sob gestão: US$ 6,1 trilhões Valor de mercado: US$ 203,1 bilhões
4. China Construction Bank Origem: China Vendas: US$ 203 bilhões Lucro: US$ 48,2 bilhões Ativos sob gestão: US$ 4,9 trilhões Valor de mercado: US$ 172,9 bilhões
5. Agricultural Bank of China Origem: China Vendas: US$ 186,1 bilhões Lucro: US$ 37,9 bilhões Ativos sob gestão: US$ 5,3 trilhões Valor de mercado: US$ 141,2 bilhões
6. Bank of America Origem: Estados Unidos Vendas: US$ 133,8 bilhões Lucro: US$ 28,6 bilhões Ativos sob gestão: US$ 3,1 trilhões Valor de mercado: US$ 220,8 bilhões
7. Alphabet Origem: Estados Unidos Vendas: US$ 282,8 bilhões Lucro: US$ 58,5 bilhões Ativos sob gestão: US$ 369,4 bilhões Valor de mercado: US$ 1,3 trilhão
8. ExxonMobil Origem: Estados Unidos Vendas: US$ 393,1 bilhões Lucro: US$ 61,6 bilhões Ativos sob gestão: US$ 369,3 bilhões Valor de mercado: US$ 439,3 bilhões
9. Microsoft Origem: Estados Unidos Vendas: US$ 207,5 bilhões Lucro: US$ 69 bilhões Ativos sob gestão: US$ 380 bilhões Valor de mercado: US$ 2,3 trilhões
10. Apple Origem: Estados Unidos Vendas: US$ 385,1 bilhões Lucro: US$ 94,3 bilhões Ativos sob gestão: US$ 332,1 bilhões Valor de mercado: US$ 2,7 trilhões