Para entender as prioridades e perspectivas do grupo, conversamos com Jefferson De Paula, de 64 anos, presidente da ArcelorMittal Brasil (desde 2021) e CEO ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil (desde 2014). No grupo desde 1991, De Paula está prestes a completar 40 anos na indústria do aço.
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Os R$ 25 bilhões compõem o maior programa de investimentos feitos pela companhia no Brasil?
Exato. Esse montante inclui os R$ 11,4 bilhões investidos na aquisição da Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, atual ArcelorMittal Pecém. Agora, somos responsáveis por cerca de 40% do aço produzido no país. Estamos confiantes no cenário de médio e de longo prazos do país.
Há perspectiva de aumento do consumo do aço, uma vez que, no Brasil, há uma enorme oportunidade de investimentos em infraestrutura, saneamento, estradas, portos, aeroportos, parques industriais, entre outros. Nossas prioridades serão aumentar a capacidade de produção das unidades e produzir aços de alto valor agregado, tecnológicos e diferenciados, bem como investimentos para melhoria contínua – aumento de competitividade e alta performance das nossas operações.
Qual foi o faturamento da ArcelorMittal (no Brasil e no mundo) em 2022?
No Brasil, a receita líquida da empresa cresceu 3,8% em 2022, totalizando R$ 71,6 bilhões. O Ebitda, de R$ 14,9 bilhões, recuou de 26% sobre 2021, mas ainda suficiente para o alcance de uma margem Ebitda sobre receita líquida de significativos 21%. A produção de aço também foi expressiva: 12,7 milhões de toneladas de aço e 3,3 milhões de toneladas de minério.
Por que decidiram pela parceria com a Casa dos Ventos?
A ArcelorMittal Brasil e a Casa dos Ventos se uniram para encabeçar a transformação da matriz energética brasileira. Trata-se do maior contrato de energia eólica do Brasil, que prevê a construção de um dos maiores complexos eólicos do país, com capacidade de produção de 553,5 MW.
O empreendimento vai fornecer energia renovável para as operações da ArcelorMittal, correspondendo a cerca de 38% da energia adquirida pela empresa, e deve evitar a emissão anual de mais de 208 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Globalmente, o Grupo ArcelorMittal foi pioneiro no setor ao lançar a meta de ser carbono neutro até 2050, reduzindo em 25% suas emissões específicas até 2030.
Reportagem originalmente publicada na edição 110 da Forbes Brasil.