Segundo o Comunicado, o ambiente externo é adverso devido à alta dos juros e da inflação internacionais. No caso da economia brasileira, os indicadores econômicos estão “consistente[s] com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres antecipado pelo Copom”. No entanto, apesar de a inflação estar desacelerando, ela segue acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023. “As medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação”, informa o Comunicado. A meta é de 3,25% com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou baixo, com um teto de 4,75%.
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A decisão confirmou as expectativas do mercado. “Analisando os dados, vimos que a probabilidade de corte indicada pelo mercado na última sexta-feira era de 96,1%, um aumento de 23% desde a última reunião”, diz Felipe Uchida, sócio da Equus Capital.
Segundo Étore Sanchez e Guilherme Sousa, economistas da Ativa Investimentos, apesar de ter sinalizado novos cortes de 0,5 ponto percentual “nas próximas reuniões” (ou seja, no plural), o BC endureceu o discurso ao dizer que vai “preservar a política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas de suas metas”.
Para Sanchez e Sousa, isso quer dizer juros mais altos. “Reafirmamos nossa projeção de o ciclo de corte de juros deverá ser interrompido a 10,50%, 150 pontos-base (centésimos de ponto percentual) acima do juro neutro estimado por nós.”
Inflação e metas fiscais
Segundo Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, o Copom “apresentou mais uma rodada de deterioração nas projeções de inflação”. Segundo Cunha, o IPCA previsto para 2024 subiu de 3,5% para 3,6%, e o IPCA esperado para 2025 avançou de 3,5% para 3,6%. “No Comunicado, o Comitê endureceu o tom ao atualizar o balanço de riscos que absorveu maior incerteza advinda do cenário externo”, escreveu Cunha.
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