Crescimento do PIB dos EUA no 3° tri é número "explosivo" que deve ser observado, diz diretor do Fed

7 de novembro de 2023
Reuters

Muitos economistas e investidores acham que uma desaceleração econômica dos EUA provavelmente está em andamento

O crescimento econômico dos Estados Unidos no terceiro trimestre, com uma taxa anualizada de 4,9%, foi um desempenho “extraordinário” que merece ser observado enquanto o Federal Reserve considera suas próximas medidas de política monetária, disse o diretor do banco central norte-americano Christopher Waller nesta terça-feira (7).

“Esse foi um trimestre excepcional (…) esse grande número explosivo”, afirmou Waller em um seminário de dados econômicos no Fed de St. Louis. Ao analisar os componentes da produção dos EUA, “tudo estava crescendo. Portanto, isso é algo que estamos acompanhando de perto quando pensamos em política monetária daqui para frente”.

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As autoridades do banco central, incluindo o chair do Fed, Jerome Powell, disseram achar que os EUA precisam de um período de crescimento econômico moderado para que a inflação arrefeça do nível atual de cerca de 3,4%, com base na medida preferencial do Fed, para a meta de 2% do banco central.

Muitos economistas e investidores acham que uma desaceleração econômica provavelmente está em andamento e, em grande parte, esperam que o Fed mantenha a taxa de juros estável na reunião de política monetária de 12 e 13 de dezembro.

Waller destacou que, após uma série de crescimento “incrível” do emprego, “o mercado de trabalho está afrouxando um pouco… Está claramente se acalmando”, com o recente crescimento do emprego mais alinhado com os níveis observados antes da pandemia do coronavírus, um desdobramento que os formuladores de política monetária do Fed também acreditam ser necessário para que a inflação retorne à meta de 2%.

Contra o crescimento econômico observado nos últimos meses, um aumento nos rendimentos dos títulos de longo prazo levou algumas autoridades do Fed a achar que as condições de crédito podem estar se tornando apertadas o suficiente para que o banco central não precise mais aumentar sua própria taxa básica de curto prazo.

Em comentários separados para a CNBC nesta terça-feira (7), o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, destacou que a inflação está em desaceleração e que a alta das taxas de juros baseadas no mercado, “se (…) for mantida em níveis elevados”, provavelmente representa um aperto nas condições de crédito.

“Então, temos que levar isso em conta… Devemos esperar que isso ocorra com um certo atraso na economia. Portanto, estamos todos prestando atenção e tentando descobrir qual é o fator determinante”, disse Goolsbee.

Nem Goolsbee nem o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, que falou à Bloomberg Television nesta terça-feira, descartaram novos aumentos dos custos de empréstimos do Fed.

Observando, como fez Waller, as recentes leituras “quentes” sobre a atividade econômica, Kashkari disse que “isso me faz questionar se a política monetária é tão rígida quanto supomos que seja atualmente”

“Se a inflação voltasse a subir e a atividade econômica continuasse muito forte no lado real da economia, isso me diria que talvez precisássemos fazer mais”, acrescentou Kashkari.