Dívida global atinge novo recorde e populismo pode elevá-la ainda mais, diz IIF

16 de novembro de 2023
Gary Cameron/Reuters

Dois terços do aumento da dívida do último trimestre vieram dos mercados desenvolvidos, como EUA e Japão

A dívida global subiu para um recorde de US$ 307,4 trilhões no terceiro trimestre, e a relação entre dívida e PIB (Produto Interno Bruto) nos mercados emergentes atingiu um recorde histórico, informou o Instituto de Finanças Internacionais nesta quinta-feira (16).

A associação global da indústria de serviços financeiros estimou que a dívida global atingirá US$ 310 trilhões até o final do ano, um aumento de mais de 25% em cinco anos, e alertou que uma mudança em direção ao populismo político poderia aumentar ainda mais a dívida no próximo ano.

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“Em 2024, uma série de eleições e os contínuos atritos geopolíticos levantam preocupações sobre o aumento dos empréstimos governamentais e da disciplina fiscal, incluindo Índia, África do Sul, Paquistão e EUA”, afirmou.

“Se as próximas eleições levarem a políticas populistas destinadas a controlar as tensões sociais, o resultado poderá ser ainda mais empréstimos governamentais e ainda menos restrição fiscal.”

Dois terços do aumento da dívida do último trimestre vieram dos mercados desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, Japão, França e Reino Unido. Os mercados emergentes China, Índia, Brasil e México também registraram aumentos acentuados.

Embora os índices globais de dívida em relação ao PIB tenham se mantido estáveis, eles chegaram a 255% nos mercados emergentes – 32 pontos percentuais acima do mesmo período de cinco anos atrás – impulsionados pela Rússia, China, Arábia Saudita e Malásia.

O Instituto disse que a dívida governamental teve o maior aumento no terceiro trimestre, acrescentando que os déficits orçamentários permanecem bem acima dos níveis anteriores à pandemia em muitos países.

No entanto, alertou que o ônus da dívida das famílias e das empresas ainda está aumentando nas principais economias, inclusive na China e Estados Unidos, com ramificações para tudo, desde as eleições até a transição para a energia limpa.

“Com o apetite por empréstimos das empresas nos menores níveis em vários anos, em meio a condições de financiamento ainda mais restritivas e maior fragmentação geoeconômica, as perspectivas de financiamento climático parecem cada vez mais em risco nos últimos trimestres, conforme evidenciado por uma desaceleração acentuada na emissão de dívidas relacionadas a governança ambiental e social”, disse.