Apenas em 2023, a WSL (Liga Mundial de Surfe) movimentou cerca de R$ 110 milhões organizando competições no Brasil. A mais importante, que acontece em Saquarema, no Rio de Janeiro, fez mais de R$ 97 milhões circularem pela região, sendo que as famílias foram impactadas com aproximadamente R$ 18 milhões em rendimentos, além de mais de 500 empregos gerados, de acordo com dados divulgados pela EY.
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A justificativa é o bom desempenho brasileiro. Até 2013, apenas surfistas americanos e australianos haviam ganho um campeonato mundial. Porém, o cenário mudou em 2014, quando Gabriel Medina ganhou seu primeiro título. Desde então, os brasileiros conquistaram sete edições do campeonato.
O esporte vem atraindo cada vez mais patrocinadores. Em 2022, a etapa de Saquarema teve o apoio de 22 empresas, um recorde. A lista incluiu nomes como Corona, Apple, Red Bull e Banco do Brasil. Em 2023, a liga reorganizou as cotas e reduziu o número para 16 marcas. Empresas como Natura, que nunca patrocinou esportes, e Vivo, patrocinador master da etapa deste ano, estiveram presentes.
Na visão de Denise Coutinho, diretora de marketing da Natura Brasil, uma das marcas de perfume tem conexão direta com o que o surfe representa, nas praias e fora delas. “Para nós é muito importante a conexão com um público atento à preservação dos oceanos e que escolhe as marcas pensando em seu impacto. Buscamos, por meio do patrocínio, destacar o nosso compromisso com a despoluição dos oceanos”, afirma.
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Para a Vivo, o investimento no surfe reflete a convicção da empresa sobre o papel do esporte como agente de transformação social e de conexão entre os brasileiros. “O surfe é democrático, está presente em muitas regiões do Brasil, assim como a Vivo, e conecta as pessoas com a natureza e momentos de bem-estar”, afirma Marina Daineze, diretora de Marca e Comunicação da Vivo.
Em sua visão, essa conexão genuína contribui para o crescimento dos esportes outdoor e presença da marca nos patrocínios, “que deve conquistar ainda mais admiradores e praticantes ao longo dos próximos anos”.
Mares nunca dantes surfados
A ideia da WSL é expandir as atividades para outros países latino-americanos, como Chile, Peru, Equador e Argentina e outros. Porém, o Brasil é estratégico pelo potencial. De acordo com o presidente da WSL, diversos fãs do esporte moram no interior, onde a prática não era possível. Agora, a tecnologia permite conectar praias e asfalto.
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A WSL realizou, no fim de outubro, a primeira competição fora do mar. “Isso vai revolucionar o esporte e levá-lo para uma audiência ainda maior”, afirma. Para ele, os novos espaços também devem trazer um público diferenciado para o esporte, o AAA, que frequenta esses condomínios.
A água das piscinas pode ser doce, mas as mensalidades são salgadas. “Não existe esporte sem dinheiro. E é isso que estamos procurando, aumentar as nossas fontes de renda, trazer o público para perto e transformar o surfe em algo cada vez mais rentável e sustentável para todos os envolvidos”, complementa Martinho.