Adobe desiste de acordo de US$ 20 bilhões para aquisição de Figma por obstáculos regulatórios

18 de dezembro de 2023
Getty Images

No mês passado, o órgão de fiscalização da concorrência do Reino Unido disse que o acordo entre Adobe e Figma prejudicaria a inovação.

A Adobe decidiu nesta segunda-feira não avançar com acordo de 20 bilhões de dólares em dinheiro e ações para a compra da plataforma de design Figma, citando a ausência de um “caminho claro” para a aprovação por órgãos de defesa da concorrência na União Europeia e no Reino Unido de o que seria uma das maiores compradoras de startups de software.

  • Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

O negócio, anunciado em setembro do ano passado, foi o mais recente a atrair um escrutínio minucioso dos órgãos reguladores preocupados com aquisições de grandes empresas de tecnologia que aumentam o poder de mercado das companhias dominantes ou envolvimento de startups vistas como rivais nascentes.

Leia também:

O fabricante do Photoshop e do Illustrator pagará uma taxa de rescisão de 1 bilhão de dólares à Figma, cuja plataforma é usada por Uber, Coinbase, Zoom Video Communications e muitas outras empresas.

No mês passado, o órgão de fiscalização da concorrência do Reino Unido disse que o acordo prejudicaria a inovação de software usado pela grande maioria dos designers digitais do Reino Unido, ecoando questões semelhantes da UE sobre a potencial redução da concorrência.

A Comissão Europeia e a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

A Adobe argumentou que não concorre com a Figma de forma significativa.

Em novembro, a empresa afirmou que seu único produto relevante para a questão antitruste era a ferramenta de design Adobe XD, que perdeu 25 milhões de dólares como um aplicativo independente nos últimos três anos e tem apenas cinco funcionários em tempo integral.

“A Adobe e a Figma discordam veementemente das recentes avaliações regulatórias, mas concluímos que é do nosso interesse seguir em frente de forma independente”, disse o presidente-executivo da Adobe, Shantanu Narayen, em um comunicado nesta segunda-feira.

O acordo foi visto como uma aposta no “futuro do trabalho”, mas preocupações dos investidores em relação ao alto preço e ao risco potencial de erosão de margens eliminou mais de 30 bilhões de dólares do valor de mercado da Adobe quando foi anunciado.