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Nesta sexta-feira, John Williams, presidente do FED de Nova York, rejeitou as expectativas do mercado em relação a novos cortes na taxa de juros americana. Segundo Williams, o FED ainda está concentrado em verificar se a política monetária está no caminho certo para continuar levando a inflação de volta à sua meta de 2%. “Não estamos realmente falando sobre cortes de juros no momento” disse Williams em uma entrevista à CNBC. “Acho que é prematuro pensar nisso.”
Williams foi o primeiro diretor do FED a se manifestar após a decisão de manter a taxa de juros referencial entre 5,25% e 5,50% ao ano. Os diretores do banco central americano indicaram uma perspectiva de corte de 0,75 ponto percentual em 2024, devido às expectativas de queda da inflação. Essa mudança ajudou a provocar uma forte recuperação nos mercados de ações e títulos.
Inflação nos EUA
Na ponta do lápis, a inflação caiu: em outubro, a variação do índice geral havia sido de 3,2% e a do núcleo foi de 4,1%. Mesmo na descendente, a inflação permanece o dobro da meta, que é de 2,0% em 12 meses. “De forma geral, os dados vieram em linha com as expectativas e não parecem suportar uma eventual mudança na condução da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC)”, afirma Lucas Schwarz, analista da VG Research.
A resiliência da inflação não só manteve os juros no patamar mais elevado em 22 anos, como deverá amplificar a volatilidade dos mercados de ações, moedas e commodities no curto prazo. “O FED parou de elevar suas taxas na última reunião, mas o temor é de a inflação americana não ceder. E por conta disso, nossa Bolsa sente muito”, diz Antonio Marcos Samad Júnior CEO da mesa proprietária Star Desk.
Segundo Samad, a resiliência da inflação aumenta a oscilação dos preços dos ativos e a busca por ‘hedge’, o que beneficia os agentes de mercado que têm um perfil mais especulativo e estão dispostos a aproveitar esses momentos de volatilidade ampliada.
Alta de juros?
Williams advertiu que um aumento na taxa de juros ainda não pode ser descartado. “Uma coisa que aprendemos, mesmo no último ano, é que os dados podem se mover de maneiras surpreendentes”, disse ele, acrescentando que “precisamos estar prontos para aumentar ainda mais se a inflação, o progresso da inflação, estagnar ou reverter”.
Esse cenário de incerteza quanto a manter posições de longo prazo vem estimulando a busca por ganhos no day trade, operações de curto prazo com o objetivo de obter ganhos no mesmo dia. Segundo Samad, as oportunidades aumentam em momentos de volatilidade. O trader escolhe uma determinada ação que ele acredita que vai subir no curto prazo e vende quando o preço atingir a meta.