Mar Vermelho 'fechado' faz barril de petróleo subir

19 de dezembro de 2023
O navio de carga Galaxy Leader é escoltado por barcos Houthi no Mar Vermelho - Foto: Mídia Militar Houthi/Divulgação via REUTERS

Com o tráfego pelo Mar Vermelho marítimo fechado, barril de petróleo subiu por volta de US$3 na segunda-feira (18)

O preço do petróleo subiu quase 2% nesta segunda-feira (18), com investidores preocupados com interrupções no comércio marítimo e nos custos de fornecimento após o grupo houthi, alinhado com o Irã e baseado no Iêmen, atacar navios no Mar Vermelho.

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Uma embarcação norueguesa foi atacada no Mar Vermelho nesta segunda-feira (18), e a petrolífera BP disse que havia interrompido temporariamente todo o trânsito pelo local. Outras empresas de transporte marítimo disseram durante o final de semana que evitariam a rota.

Os futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 1,40 dólar, ou 1,8%, a 77,95 dólares por barril. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 1,04 dólar, ou 1,5%, para 72,47 dólares. Ambos os contratos de referência subiram quase 3 dólares mais cedo na sessão.

“Há agora o aumento nos custos de fornecimento a ser considerado, à medida que um número crescente de petroleiros interrompe todas as viagens pelo estreito do Mar Vermelho”, disse Fawad Razaqzada, analista de mercado da StoneX.

Cerca de 15% do tráfego marítimo mundial transita pelo Canal de Suez, a rota marítima mais curta entre a Europa e a Ásia. O mercado de seguros marítimos de Londres ampliou a área no Mar Vermelho considerada de alto risco nesta segunda-feira (18), aumentando os prêmios pagos pelas embarcações.

Plano dos EUA para o Mar Vermelho

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, anunciou nesta terça-feira (19) a criação de uma operação multinacional para salvaguardar o comércio no Mar Vermelho após uma série de ataques de mísseis e drones pelos Houthis do Iêmen, alinhados ao Irã.

Em viagem ao Bahrein, onde fica o quartel-general da Marinha dos EUA no Oriente Médio, Austin disse que os países participantes da operação incluem Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seicheles e Espanha.

Segundo ele, serão conduzidas patrulhas conjuntas no sul do Mar Vermelho e no Golfo de Aden.

“Este é um desafio internacional que exige ação coletiva. Portanto, hoje anuncio o estabelecimento da Operação Prosperity Guardian, uma nova e importante iniciativa de segurança multinacional”, disse Austin em comunicado nesta terça-feira (19).

A declaração de Austin deixa muitas questões sem resposta. Isso inclui se esses países estão dispostos a fazer o que os navios de guerra dos EUA fizeram nos últimos dias – abater mísseis e drones Houthi e correr em socorro de navios comerciais sob ataque.

Os Houthis entraram no conflito Israel-Hamas atacando navios em rotas marítimas vitais. Também disparam drones e mísseis contra Israel a mais de 1.600 quilômetros de sua sede de poder na capital iemenita de Sanaa.

Poucas horas antes do anúncio de Austin, o grupo Houthi disse que lançou um ataque com drones a dois navios de carga na região.

Os Houthis ameaçaram atacar todos os navios que se dirigem para Israel, independentemente da sua nacionalidade. Também alertaram as companhias marítimas internacionais contra o comércio com os portos israelitas.

Cerca de 15% do tráfego marítimo mundial transita normalmente através do Canal de Suez, rota marítima mais curta entre a Europa e a Ásia. Isso significa passar pelas águas do Mar Vermelho ao largo do Iêmen.

A agitação perturbou o comércio marítimo. Empresas de transporte de mercadorias mudam para a rota em torno da África, provocando custos e atrasos que deverão aumentar nas próximas semanas.

Combinadas, as empresas que desviaram os navios “controlam cerca de metade do mercado global de transporte de contêineres”, disse Albert Jan Swart, analista do ABN Amro, à Reuters.

A gigante petrolífera BP interrompeu temporariamente todos os trânsitos pelo Mar Vermelho. O grupo de petroleiros Frontline disse na segunda-feira (18) que seus navios evitariam a passagem pelo canal.

Durante uma visita a Israel na segunda-feira (18), Austin culpou abertamente o Irã pelos ataques Houthi.

“O apoio do Irã aos ataques Houthi a navios comerciais deve parar”, disse ele.

Em uma conferência de imprensa em Tel Aviv, Austin disse: “Enquanto procuramos estabilizar a região, o Irã está intensificando as tensões ao continuar a apoiar grupos terroristas e milícias”.