O órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos (SEC) aprovou na quarta-feira (10) os primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) nos EUA que acompanham o bitcoin, em um divisor de águas para a maior criptomoeda do mundo e o setor de moedas digitais.
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A SEC disse que aprovou 11 pedidos, incluindo da BlackRock, Ark Investments/21Shares, Fidelity, Invesco e VanEck. A liberação ocorre apesar dos avisos de algumas autoridades e defensores dos investidores de que os produtos apresentam riscos.
Com uma década de existência, os ETFs são um divisor de águas para o bitcoin, oferecendo aos investidores exposição à maior criptomoeda do mundo sem precisarem detê-la diretamente. Eles proporcionam um grande impulso para um setor de moedas digitais que foi assolado por escândalos ano passado.
“É um grande ponto positivo para a institucionalização do bitcoin como uma classe de ativos”, disse Andrew Bond, diretor administrativo e analista sênior de fintech da Rosenblatt Securities.
Os analistas do Standard Chartered disseram esta semana que os ETFs poderiam atrair de US$ 50 bilhões a US$ 100 bilhões somente este ano. Outros analistas disseram que os fluxos de entrada estarão mais próximos de US$ 55 bilhões em cinco anos.
O bitcoin acumula valorização de mais de 70% nos últimos meses, na expectativa dos investidores pela aprovação dos ETFs. Atingiu o valor mais alto desde março de 2022 nesta semana.
O sucesso na batalha pelos fluxos de entrada dependerá principalmente das taxas e da liquidez, dizem os analistas. Alguns emissores reduziram suas taxas propostas em novos registros nesta semana, incluindo a BlackRock e a Ark/21Shares. Essas taxas variam de 0,2% a 1,5%, com muitas empresas oferecendo a isenção total das taxas por um determinado período. Para os especuladores de curto prazo que desejam comprar e vender os produtos, a liquidez pode ser mais importante.
As empresas esperam uma enxurrada de publicidade online e outros tipos de marketing. Alguns emissores, incluindo a Bitwise e a VanEck, já lançaram anúncios divulgando o bitcoin como um investimento.
As aprovações ocorreram um dia depois que uma pessoa não autorizada fez uma publicação falsa na conta da SEC na rede social X (antigo Twitter), dizendo que a agência havia aprovado os produtos para negociação. A agência rapidamente desmentiu e excluiu a publicação.
Alguns especialistas em regulamentação acreditam que os ETFs de bitcoin também podem abrir caminho para outros produtos inovadores vinculados a moedas digitais. Vários emissores, por exemplo, entraram com pedido de ETFs de ether, a segunda criptomoeda mais importante.