Senadores dos EUA têm “profundas preocupações” sobre listagem da JBS

12 de janeiro de 2024
Funcionário da JBS trabalha em unidade da empresa em Santana de Parnaíba - Foto: REUTERS - Paulo Whitaker

Funcionário da JBS trabalha em unidade da empresa em Santana de Parnaíba – Foto: REUTERS – Paulo Whitaker

A listagem das ações do frigorífico JBS em Nova York exporia os investidores a riscos e o órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, Securities and Exchange Commission (SEC), deveria examinar de perto o histórico criminal e ambiental da empresa. A afirmação é de um grupo bipartidário de senadores dos Estados Unidos em uma carta enviada à agência na quinta-feira (11).

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A JBS, maior processadora de carne do mundo, ressuscitou em julho um esforço de mais de uma década para listar suas ações na Bolsa de Valores de Nova York. A esperança é acessar capital mais barato e chegar a mais investidores.

Sua tentativa anterior foi atrasada, em parte, por um escândalo de corrupção no Brasil em 2017. Em 2020, a SEC multou a JBS em US$ 27 milhões para resolver outras acusações de suborno. Elas estão relacionadas à aquisição em 2009 da Pilgrim’s Pride, outra importante empresa de carnes dos EUA.

Esses eventos, mais as alegações de que fornecimento de gado da empresa contribuem para o desmatamento da Amazônia, apresentam “profundas preocupações” sobre a possível listagem. Quem disse foram 15 senadores, que incluem os democratas Elizabeth Warren e Cory Booker e os republicanos Marco Rubio e Josh Hawley.

“A aprovação da proposta de listagem da JBS sujeitaria os investidores norte-americanos ao risco de uma empresa com um histórico de corrupção flagrante e sistêmica, além de consolidar ainda mais seu poder de monopólio e encorajar suas práticas de monopólio”, escreveram eles na carta relatada pela primeira vez pela Reuters.

A JBS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, mas disse que a listagem “melhorará sua governança corporativa e transparência”

A SEC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A JBS é uma das quatro maiores empresas de carne dos Estados Unidos. Juntas, elas abatem cerca de 85% do gado engordado com grãos dos EUA.

Grupos ambientalistas pediram à SEC que negue a listagem da JBS. Se basearam no fato de que as práticas de compra de gado da empresa incentivam o desmatamento da floresta amazônica.

Um relatório de outubro dos promotores federais brasileiros constatou que cerca de 6% do gado da empresa foi comprado de fazendas com “irregularidades”, como o desmatamento ilegal, abaixo dos 17% do ano anterior. A JBS afirmou que corrigiu problemas anteriores com suas práticas de fornecimento.

Antes que a JBS possa apresentar seu acordo de listagem para aprovação dos acionistas, a SEC deve determinar que sua oferta esteja em conformidade com as regulamentações dos EUA.