O volume de serviços teve em novembro alta de 0,4% na comparação com o mês anterior, voltando a crescer, mas ainda sem repor as perdas de 2,2% acumuladas nos três meses anteriores. O setor ainda recuou 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Os resultados, divulgados nesta terça-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram um pouco mais fracos do que o esperado em pesquisa da Reuters — alta de 0,5% na base mensal e recuo de 0,2% na comparação anual.
Em novembro, de acordo com o IBGE, três das cinco atividades pesquisadas tiveram aumento no volume: outros serviços (3,6%); serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%); e serviços prestados às famílias (2,2%).
No último, os ganhos tiveram forte impacto do crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, destacadamente com os shows da cantora Taylor Swift no país.
“Os shows da Taylor Swift tiveram reflexo sobre as cidades, bares, hóteis e restaurantes. Shows movimentam a economia e trazem reflexo em hotelaria, passagens aéreas, transporte de pessoas. Há um aumento de receita que vai para alem da empresa organizadora”, disse Lobo.
No vermelho
“Esse resultado foi influenciado especialmente pelo transporte aéreo, que caiu 16,1% em novembro, a retração mais intensa desde maio de 2022 (-18,6%)”, disse Lobo, citando aumento dos preços das passagens.
Já os serviços de informação e comunicação, que representam cerca de 23% do total do setor, tiveram queda de 0,1%.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, ressaltou que os resultados positivos são atribuídos principalmente a fatores pontuais, e que o recuo nas atividades de maior peso sinalizam a fragilidade estrutural do setor.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, teve queda de 2,4% em novembro sobre o mês anterior, marcando o segundo mês consecutivo de perdas e acumulando nesse período retração de 3,4%.
Com esse resultado, o turismo está 2,2% acima do patamar pré-pandemia e 5,0% abaixo do ponto mais alto da série, de fevereiro de 2014.
A caminho de finalizar um ano de altos de baixos e sem conseguir definir tendência, marcando uma desaceleração no segundo semestre, o setor de serviços está 10,8% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 2,6% abaixo de dezembro de 2022, ponto mais alto da série histórica.
O Banco Central já reduziu a taxa básica Selic a 11,75% ao ano, depois de quatro cortes seguidos de 0,5 ponto percentual, e deve adotar novo movimento pela mesma magnitude quando voltar a se reunir no final deste mês.