Vontobel escolhe Brasil como melhor opção dos mercados emergentes

31 de janeiro de 2024
Dinheiro no Brasil - Foto: Javier Ghersi - Getty Images

O Brasil “realmente preenche muitos requisitos para o que estamos procurando em nível de mercados emergentes globais”, disse Ramiz Chelat, gerente de portfólio da Vontobel

Um gestor de ativos da Vontobel Quality Growth, da Suíça, disse que o Brasil é uma das oportunidades de investimento mais atraentes nos mercados emergentes, prevendo uma tendência positiva contínua para as ações do país e um cenário econômico favorável.

  • Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

Mesmo depois de uma recuperação que fez com que o índice de ações Bovespa atingisse recordes de alta no final de 2023, alguns investidores acreditam que as ações brasileiras ainda têm espaço para subir em meio a papeis com desconto, crescimento mais forte do que o esperado e taxas de juros em queda.

A Vontobel Quality Growth, uma boutique da gigante suíça de gestão de ativos Vontobel, tem cerca de US$ 26 bilhões em ativos sob gestão.

O Brasil “realmente preenche muitos requisitos para o que estamos procurando em nível de mercados emergentes globais”, disse Ramiz Chelat, gerente de portfólio da Vontobel, à Reuters, acrescentando que está especialmente otimista em relação às ações de consumo, financeiras e de software.

Os baixos níveis de desemprego, o ciclo de flexibilização monetária em andamento, o crescimento da renda e o ciclo de crédito ao consumidor, que já passou do pior, são fatores que apoiam o setor de consumo, disse Chelat, citando a cadeia de drogarias Raia Drogasil e a gigante do aluguel de carros Localiza entre os possíveis melhores desempenhos.

As empresas financeiras de crescimento mais rápido, como o Nubank e o BTG Pactual também estão bem posicionadas no cenário atual, assim como a empresa de software Totvs, acrescentou ele em uma entrevista.

“Estamos obtendo uma combinação de empresas e equipes de gestão de alta qualidade com precificações atraentes”, disse Chelat sobre o Brasil. “Acho que isso é único em um contexto de mercados emergentes, pois todos esses fatores são geralmente favoráveis, além da política monetária.”

Os riscos incluem a frágil posição fiscal do Brasil, com os mercados céticos quanto às chances de o governo cumprir sua promessa de eliminar seu déficit orçamentário primário neste ano.

“Mas acho que ainda estamos caminhando na direção certa”, disse Chelat.

Ele observou que a restrição fiscal demonstrada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro ano no cargo foi melhor do que os mercados esperavam há 12 meses.