Copiar ou não copiar, eis a questão?

23 de fevereiro de 2024
Maskot/Getty Images

Para nos tornarmos mais como quem queremos ser, precisamos desenvolver habilidades que ainda não temos

Eu não acredito que devemos copiar ninguém. Tem gente que defende a ideia de copiar os outros no começo e depois se aprimorar, mas eu sou totalmente contra isso. E você também deveria ser. Digo isso porque copiar te prejudicará mais do que quem foi copiado, por mais que não pareça ser assim.

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Para nos tornarmos mais como quem queremos ser, precisamos desenvolver habilidades que ainda não temos. Copiar tirará de você a oportunidade de desenvolver habilidades essenciais para seu crescimento, como pessoa e profissional. Pense comigo: para sermos cada vez melhores, precisamos também ser cada vez mais inteligentes, preparados para os desafios, criativos, inovadores e resilientes. Essas características não são desenvolvidas por meio da imitação, mas sim através de um processo contínuo de aprendizado, experimentação e adaptação.

Não concordo com a frase “nada se cria, tudo se copia”, porque copiar é fazer igual, é o control c control v, e, por mais que tudo o que a gente faça hoje, use uma base lógica que foi descoberta ou desenvolvida por outra pessoa, isso não é a mesma coisa que copiar. Einstein, quando criou a teoria da relatividade, não copiou ninguém, mas ele usou conceitos matemáticos (como 1+1=2), que não foram desenvolvidos por ele, para, assim, verificar se sua teoria tinha validação ou não. Essa reflexão destaca uma distinção crucial: aprender com os fundamentos estabelecidos e construir sobre eles não é copiar. Em vez disso, é uma forma de se apoiar no conhecimento existente para explorar novos horizontes e descobertas.

A originalidade é um dos maiores ativos que você pode possuir. Ela te diferencia dos demais, fazendo com que sua marca pessoal ou profissional se destaque em um mar de cópias. No mundo dos negócios, por exemplo, as empresas mais bem-sucedidas são aquelas que inovam, que trazem algo novo para o mercado, e não as que simplesmente copiam o que já existe. Da mesma forma, no âmbito pessoal, as pessoas mais admiradas são aquelas que têm sua própria voz, suas próprias ideias, aquelas que inspiram e não as que replicam.

Além disso, a satisfação pessoal de criar algo único é incomparável. Quando você desenvolve algo por conta própria, seja um projeto, um trabalho artístico ou uma solução para um problema, o sentimento de realização é muito maior do que se você tivesse apenas seguido os passos de alguém. Esse processo criativo também contribui para o seu desenvolvimento pessoal, ajudando a construir sua autoconfiança e sua capacidade de lidar com desafios futuros.

A inovação e a criatividade são habilidades cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho, e essenciais para todo e qualquer empreendedor. Em um mundo que muda rapidamente, a capacidade de pensar de forma criativa e de inovar são essenciais para se manter relevante. Copiar o que já foi feito não te prepara para o futuro; ao contrário, te mantém preso ao passado.

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É importante ressaltar, no entanto, que aprender com os outros é diferente de copiar. Estudar as estratégias, os processos e as ideias de pessoas bem-sucedidas podem ser extremamente útil, desde que isso sirva de inspiração para você desenvolver suas próprias soluções e ideias. A diferença está em usar essas informações como uma base para criar novas ideias e soluções. Dificilmente criaremos algo do zero – se já existe a linguagem, a matemática, a ciência… Porém, podemos sim criar algo novo e que não existia antes, a partir da nossa interpretação de diferentes conhecimentos.

Desenvolver uma mentalidade voltada para a inovação e a criatividade exige esforço, tempo e dedicação. Requer que você esteja sempre aprendendo, sempre curioso, sempre disposto a experimentar e a falhar. O fracasso, aliás, é parte essencial do processo de aprendizado. Ele te ensina o que não funciona e te encoraja a encontrar novas soluções, a pensar fora da caixa. Eu tenho plena certeza que não seria a profissional que sou, sem todos os meus fracassos, dos menores aos maiores. Olhar para o fracasso como uma parte fundamental do progresso te ajuda muito, inclusive, a se arriscar mais ao invés de ter medo de tentar algo novo.

As três dicas mais essenciais para que você seja inspirador e não um “copiador”, são essas:

  1. Aumente seu banco de referências: quanto mais referências de áreas diferentes você tiver, mais fácil será ter ideias inovadoras e criativas para seu nicho de atuação.
  2. Faça o exercício de pegar conhecimentos distintos e ver como eles podem se correlacionar para gerar uma ideia nova. Por exemplo: quando vou produzir um conteúdo analisando uma marca, eu penso em coisas completamente nada a ver, referências de séries ou filmes que vejo, livros, e penso como que a lógica por trás do que eu vi se relaciona com a análise que farei. Isso me ajuda a ter conteúdos cada vez mais únicos e análises cada vez mais criativas.
  3. Ouse errar. Ou melhor até: goste de errar. Errar significa que você tentou. Sentir medo significa que você está tentando algo novo, e isso é mais importante do que apenas o acerto. Se arriscar é garantir sua própria evolução, como pessoa e profissional.

Em resumo, embora a tentação de copiar possa parecer uma solução fácil a curto prazo, a longo prazo, ela é muito prejudicial. Para alcançar o sucesso verdadeiro e duradouro, seja na vida pessoal ou profissional, é preciso investir em originalidade, criatividade e inovação. Esses são os verdadeiros pilares para o crescimento e para a realização pessoal e profissional.

Desenvolver suas próprias ideias e soluções não apenas te diferencia dos demais, mas também te prepara para enfrentar os desafios do futuro com confiança e experiência. Melhor, né?

Beijos e até semana que vem!

Isabela Matte tem 24 anos, é empreendedora, mãe, escritora, mentora e influenciadora. Criou seu primeiro negócio aos 12 anos. Foi reconhecida no ranking Forbes Under 30 em 2018 e é pós graduada em Filosofia. Dentre suas iniciativas, é fundadora e CEO da Isabela Matte, do IMATIZE e autora do livro O Jovem Digital.

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