Ibovespa abre com viés positivo antes de dados dos EUA

15 de fevereiro de 2024

O Ibovespa opera em alta de 0,28% na abertura do pregão desta quinta-feira (15), a 127.373 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O índice é endossado pela queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos e alta nos futuros acionários norte-americanos, com agentes financeiros aguardando uma bateria de dados da maior economia do mundo.

O dólar recuava 0,20% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,9619.

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Analistas consultados pelo Banco Central fizeram pequenos ajustes para cima em suas projeções para a inflação neste ano e no próximo, deixando inalteradas as perspectivas para a política monetária.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA aumentou em 0,01 ponto percentual tanto para 2024 quanto para 2025, respectivamente a 3,82% e 3,51%.

No caso de 2025, foi a primeira mudança na estimativa depois de 28 semanas em 3,50%. Para os dois anos seguintes a estimativa para a inflação segue em 3,50%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Dados divulgados na semana passada mostram que a inflação no Brasil desacelerou em janeiro a 0,42% mas ficou acima da expectativa, levantando sinais de alerta para o peso dos preços dos alimentos e de serviços.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que não houve alterações nas perspectivas para a taxa básica de juros, com a Selic novamente calculada em 9,0% em 2024 e 8,50% em 2025.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, a Berkshire Hathaway disse que reduziu sua enorme participação na Apple, se desfez de quatro fatias em outras empresas, incluindo na brasileira StoneCo, e manteve os investidores em dúvida sobre qual será o novo investimento importante de Warren Buffett.

A Berkshire disse que vendeu 10 milhões de ações da Apple no quarto trimestre, mas ainda detinha no final do ano passado mais de 905 milhões de papéis da empresa avaliados em cerca de US$ 174 bilhões.

Na Ásia, o índice acionário japonês Nikkei subiu para seu nível mais alto em 34 anos nesta quinta-feira, uma vez que as ações relacionadas à chips acompanharam os ganhos de seus pares de Wall Street.

O índice acionário de referência agora está apenas 800 pontos, ou cerca de 2%, abaixo de seu recorde histórico de 1989, que marcou o ápice da chamada “economia de bolha” do Japão.

O Japão entrou inesperadamente em recessão no final do ano passado, perdendo seu título de terceira maior economia do mundo para a Alemanha e levantando dúvidas sobre quando o banco central começará a sair de sua política monetária ultrafrouxa que já dura uma década.

Alguns analistas estão alertando para outra contração no trimestre atual, já que a demanda fraca na China, o consumo lento e a interrupção da produção em uma unidade da Toyota Motor Corp apontam para um caminho desafiador para a recuperação econômica.

“O que é particularmente notável é a lentidão no consumo e nos gastos de capital, que são os principais pilares da demanda doméstica”, disse Yoshiki Shinke, economista executivo sênior do Dai-ichi Life Research Institute.

O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,41%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,32%. Já na China continental, o índice Shanghai ganhou 1,28%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 1,21%.

Na Europa, a economia do Reino Unido entrou em recessão no segundo semestre de 2023, um cenário difícil para o primeiro-ministro Rishi Sunak, que prometeu impulsionar o crescimento antes da eleição deste ano.

O Produto Interno bruto (PIB) sofreu uma contração pior do que a esperada de 0,3% nos três meses até dezembro, tendo encolhido 0,1% entre julho e setembro, segundo dados oficiais.

Uma pesquisa da Reuters com economistas apontou para uma queda menor, de 0,1%, no período de outubro a dezembro.

A inflação na zona do euro está voltando para a meta de 2% mas o Banco Central Europeu ainda precisa de mais confirmação antes de cortar os juros, disseram autoridades do BCE nesta quinta-feira.

O BCE tem mantido as taxas de juros em um nível recorde desde setembro e tem rechaçado discussões sobre cortes entre os investidores, argumentando que ainda faltam dados cruciais, especialmente sobre salários.

“Os dados mais recentes confirmam o processo de desinflação em andamento e espera-se que nos leve gradualmente mais para baixo ao longo de 2024”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em uma audiência no Parlamento Europeu em Bruxelas.

A economia da zona do euro crescerá mais lentamente do que o esperado este ano, depois que o aumento dos preços corroeu o poder de compra e as altas taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) restringiram o crédito, mas a inflação em 2024 também será mais lenta do que o esperado, estimou a Comissão Europeia nesta quinta-feira.

O braço executivo da UE previu que o Produto Interno Bruto (PIB) dos 20 países que compartilham o euro aumentará apenas 0,8% em 2024, em vez dos 1,2% esperados em novembro passado, mas ainda assim será superior ao aumento de 0,5% em 2023.

O Stoxx 600 ganhava 0,64%; na Alemanha, o DAX avançava 0,72%; o CAC 40 em alta de 0,96% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 1,00%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,05% no Reino Unido.