Realizada no complexo Madinat Jumeirah no início de novembro, a quarta edição do fórum atraiu 2 mil delegados, entre lideranças empresariais, investidores e economistas vindos de 49 países para ouvir alguns dos quase 50 palestrantes que discursaram nas 24 plenárias, na arena principal ou nas diversas apresentações estilo TED Talk no Future Theatre.
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
No Deals Hub, espaço para fazer networking, as delegações agendaram mais de 550 reuniões virtuais, informaram-se sobre como expandir para Dubai ou fazer parcerias com as empresas locais e selaram mais de 20 negócios, a exemplo de um acordo (de valor não relevado) com a Mastercard, que vai estabelecer um hub de inovação em inteligência artificial no emirado.
Brasil na sétima posição
Com o tema “Mudando o Poder Econômico: Dubai e o Futuro do Comércio Global”, a programação foi dividida em quatro pilares: globalização, investimento estrangeiro direto, transformação digital e mercados emergentes. Segundo diferentes levantamentos, como o da PwC, em 2050, seis das sete maiores potências do mundo serão economias emergentes, com o Brasil na sétima posição.
O Dubai Business Forum está alinhado com o D33, plano econômico anunciado em janeiro de 2023 pelo xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, príncipe herdeiro de Dubai e vice-presidente dos Emirados Árabes. Estimada em US$ 8,7 tri, a agenda tem a ambiciosa meta de dobrar o PIB de Dubai (de mais de US$ 30 bi) na próxima década e injetar anualmente US$ 27,3 bi em projetos relacionados à transformação digital.
“Em 1995, Dubai teve um empurrão do governo para desenvolver projetos de tecnologia e, em 2012, o príncipe deu subsídio para todas as empresas se tornarem mobile em um ano. Além de iniciativas como a Dubai Internet City”, disse Saeed Al Gergawi, referindo-se a uma base estratégica, montada em 1999 com os mercados emergentes na mira. “Ainda não existe um consenso quanto à definição de economia digital, por isso acolhemos qualquer empresa que assim se defina”, acrescentou ele.
No balaio digital de Dubai, entram desde as blockchains até projetos de IA. “O lançamento do Chat GPT no ano passado pegou todo mundo desprevenido. Muitas novas startups estão sendo criadas, inclusive em Dubai, para navegar por IA. Vai ser uma onda longa, diferente do Web3 ou do metaverso, que não passaram de hype”, disse à Forbes o palestrante Ted Souder, que trabalhou por 20 anos no Google, inclusive como CFO.
Outro participante importante do tech foi Solaiman Al Rifai, executivo do ramo de blockchains que apresentou a empresa de soluções em criptomoedas Mining Race. “Percebemos que podíamos criar uma ferramenta, um acesso para as pessoas poderem garimpar bitcoins comde diferentes licenças e garimpos, os provedores de serviço que oferecem mineração de bitcoin. Nosso software permite conectar fornecedores, os provedores de serviço e gateways inclusivos para facilitar a experiência do usuário.”, explicou Al Rifai, que está de olho em outros mercados, como Brasil. “Uma das razões é que o governo brasileiro apoia projetos de blockchain. Também vimos como a revolução do bitcoin aconteceu rápido no Brasil, que é o maior ecossistema de criptomoedas da América Latina”, vibrou o empresário.
“O escritório da Dubai Chambers em São Paulo é a porta de entrada para empresas brasileiras que desejam estabelecer relações com o emirado. A awareness de Dubai no mercado brasileiro ainda não é o que deveria. Acho que podemos fazer muito mais”, concluiu Saeed Al Gergawi.
A agenda econômica de Dubai até 2033
- Impulsionar o comércio externo de bens e serviços para US$ 6,97 trilhões
- Levar o investimento direto estrangeiro a US$ 177 bilhões
- Elevar as despesas do governo a US$ 190,62 bilhões
- Chegar a US$ 270 bi em investimentos do setor privado
- Aumentar o valor da procura interna de bens e serviços para US$ 810 bilhões
- Gerar uma contribuição anual de US$ 74,33 em projetos de transformação digital
- Injetar US$ 27,3 bilhões em projetos relacionados à transformação digital
- Dobrar o PIB para atingir US$ 60,6 bilhões
- Movimentar US$ 8,7 trilhões