Em momentos como esse é comum verificarmos maior volatilidade nas bolsas, pois como você deve saber, o mercado financeiro, no curto prazo, tende a reagir negativamente às incertezas.
Diante disso, temos analistas diariamente estudando cenários para tentar inferir sobre as tendências, avaliar prós e contras da continuidade do governo de Joseph Biden ou do retorno de Donald Trump, e todas as implicações presentes em cada uma das probabilidades.
Tendências são apenas pistas, não uma rota
Analisar tendências ganhou, ao longo dos tempos, contornos científicos importantes, à medida que a tecnologia foi avançando e possibilitando combinarmos quantidades infinitas de dados das mais variadas formas, e isso tem nos ajudado em muitas coisas.
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Também é fato que existem algumas decisões de cunho imediato onde pode fazer muito sentido pautar escolhas em fatos circunstanciais. No caso dos investimentos, eu diria que para quem faz trade, isso tem muita lógica.
Acontece que a imensa maioria dos investidores não é trader. Ao contrário, investe seu dinheiro no longo prazo, onde o que importa de verdade não são os fatos transitórios, mas sim a consistência do plano.
O que você não controla não pode direcionar seu foco
Se as suas decisões de investimento forem seguir à risca previsões, ou se modificar a cada mudança de comando no Brasil ou em quaisquer economias, o seu risco será igual ou maior do que alguém que investe aleatoriamente, pois ambos estarão confiando ao destino a definição de sua sorte.
Saber quem será o próximo presidente dos Estados Unidos não muda nada na sua vida como investidor. É claro que Biden e Trump têm perfis bem diferentes e isso influenciará as políticas de estado, as relações internacionais e, em algum grau, os preços de ativos. Isso é normal, e acontece o tempo todo.
Ocorre, entretanto, que a política é um jogo de interesses cuja dinâmica não está sob nosso controle e, sendo assim, o foco do investidor precisa estar nos fundamentos da economia, pois eles sempre prevalecem.
Tenha um mapa de navegação
Isso não significa que você não vá olhar criticamente para os acontecimentos e fazer exercícios sobre as possíveis implicações no cenário futuro, com base no repertório disponível sobre eventos semelhantes.
Nesse sentido, gosto de uma frase de Scott Sagan, professor em Stanford: “A história nos ajuda a calibrar expectativas, estudar onde as pessoas tendem a errar e oferece um guia aproximado do que tende a funcionar. Mas não é, de forma alguma, um mapa do futuro”.
Somente a partir de um plano sob medida em mãos, é que você terá o mapa de navegação que o levará ao objetivo definido e, aí sim, as análises de tendências passarão a ter real utilidade como pontos de atenção, mas as decisões serão tomadas de acordo com o seu plano e não ao sabor dos acontecimentos.
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