O Ibovespa opera em alta de 0,30% na abertura do pregão desta quinta-feira (21), a 129.508 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Como era de se esperar, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa de juros referencial Selic para 10,75% ao ano. Nos Estados Unidos, o banco central americano, confirmou as expectativas e manteve os juros estáveis entre 5,25% e 5,50% ao ano, animando o mercado.
O dólar avançava 0,03% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,9760.
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A retirada do plural “próximas reuniões” do texto pode parecer um mero detalhe, mas representa uma mudança importante nas perspectivas para a política monetária. A previsibilidade para os juros diminuiu.
A Selic deverá cair para 10,25% na reunião agendada para os dias 7 e 8 de maio. Depois disso, a trajetória dos juros vai depender do comportamento da inflação. Para o Copom, “as conjunturas doméstica e internacional estão mais incertas”, e, por isso, há necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária”.
Os economistas avaliam que o Copom assumiu uma posição mais austera. Para Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, o tom do comunicado foi “levemente mais hawkish, uma vez que o Copom retirou o plural e anteviu o mesmo nível de corte somente para a próxima reunião”. Segundo ele, isso deixa uma visão mais dependente de dados após a reunião de maio.
Mercados internacionais
Se confirmadas, seriam as primeiras reduções desde a pandemia. Os juros começaram a subir em março de 2020 e estão no maior nível em 23 anos. Os “Fed Funds”, semelhantes à Selic brasileira, definem o custo do dinheiro nas transações entre bancos, o chamado mercado interbancário, e influenciam no custo dos empréstimos em geral.
Por lá, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, sugerindo que o crescimento do emprego permaneceu forte em março.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 2 mil na semana encerrada em 16 de março, para 210 mil em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 215 mil pedidos na última semana.
A direção da política monetária do Fed contrasta fortemente com a do Banco do Japão, que na terça-feira encerrou oito anos de medidas extraordinárias de estímulo com seu primeiro aumento de juros desde 2007.
Entretanto, o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, reiterou que a política monetária permanecerá amplamente acomodatícia por enquanto, em comentários ao Parlamento nesta quinta-feira.
A China tem espaço para reduzir ainda mais o depósito compulsório dos bancos, conhecido como RRR, entre outras ferramentas de política à sua disposição, disse um vice-diretor do banco central do país nesta quinta-feira, destacando as expectativas do mercado em relação a mais medidas de flexibilização para impulsionar a economia.
A segunda maior economia do mundo começou o ano em uma base sólida, oferecendo algum alívio aos formuladores de políticas, que tentam reforçar a confiança e o crescimento em meio à persistente fraqueza do setor imobiliário.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 1,93%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,75%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,08%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 2,03%.
Na Europa, a atividade empresarial da zona do euro ficou muito perto de voltar a crescer em março, superando as expectativas, de acordo com uma pesquisa que mostrou que as pressões inflacionárias contrariam a tendência recente e diminuíram neste mês.
Entretanto, a recuperação foi desigual, com uma forte recuperação na atividade de serviços compensando uma desaceleração mais severa no setor industrial.
A economia da Alemanha provavelmente está em recessão no primeiro trimestre de 2024, uma vez que o consumo fraco e a demanda industrial anêmica continuam a empurrar a recuperação para o futuro, disse o banco central do país em um relatório econômico nesta quinta-feira.
A maior economia da Europa enfrentou dificuldades ao longo do último com o aumento dos custos de energia e dos custos de empréstimos, mas um conjunto recente de indicadores, como os números de confiança do instituto de pesquisa econômica ZEW e novos dados do PMI, sugere que ao menos o ponto mais fraco já foi alcançado.
O Banco Nacional da Suíça reduziu nesta quinta-feira sua principal taxa de juros em 25 pontos-base, para 1,50%, uma medida inesperada que o tornou o primeiro grande banco central a reduzir o aperto da política monetária destinada a combater a inflação.
A economia britânica está “se movendo na direção certa” para que o Banco da Inglaterra comece a cortar a taxa de juros, disse o presidente Andrew Bailey enquanto dois de seus colegas retiraram o voto a favor do aumento dos custos de empréstimos.
As autoridades do Banco da Inglaterra votaram nesta quinta-feira por 8 a 1 para manter os custos dos empréstimos em 5,25%, o maior valor em 16 anos, com a mudança de posição de dois membros que haviam defendido taxas mais altas anteriormente.
O Stoxx 600 ganhava 0,63%; na Alemanha, o DAX avançava 0,33%; o CAC 40 em queda de 0,04% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,15%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 1,60% no Reino Unido.