Ibovespa avança na abertura na expectativa de novo corte nos juros

20 de março de 2024

O Ibovespa opera em alta de 0,14% na abertura do pregão desta quarta-feira (20), a 127.712 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O mercado aguarda por decisões de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, e do Copom, que serão divulgadas hoje. As reuniões devem traçar o rumo dos juros para os próximos meses.

O dólar recuava 0,10% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,0240.

No Brasil, as atenções seguem voltadas para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que serão divulgadas após o fechamento do mercado desta quarta-feira. Por aqui, a Selic deve ser reduzida em 0,5 ponto percentual, caindo de 11,25% para 10,75%, como já havia sido adiantado no último comunicado do Banco Central.

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Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, não deverá haver grandes alterações na comunicação do Copom. “Deve ser mantido o trecho que diz que ‘os membros do Comitê, unanimemente, antevêem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões’”, diz ele. “Projetamos que a autoridade seguirá sinalizando cortes de 100 pontos-base (centésimos de ponto percentual) antes de interromper o ciclo baixista de juro”, afirmou ele.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, as expectativas giram em torno da decisão do Federal Reserve de hoje, que deve manter os seus juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, na qual se encontram desde setembro do ano passado.

Na Ásia, as ações chinesas fecharam em alta nesta quarta-feira, uma vez que o sentimento dos investidores melhorou ligeiramente com os dados positivos divulgados esta semana, mesmo com a persistência de preocupações sobre o consumo e o setor imobiliário do país.

Os dados de janeiro-fevereiro divulgados na segunda-feira parecem apontar para um bom início de 2024, mas os investidores estão preocupados com a credibilidade dos dados, a demanda fraca, a deflação, a desaceleração do crescimento do crédito e a falta de políticas eficazes, disseram analistas do Jefferies.

Desta forma, a China manteve as taxas primárias de empréstimo em sua definição mensal nesta quarta-feira, em linha com as expectativas do mercado, depois que o banco central deixou inalterada uma importante taxa de juros na semana passada em meio a alguns sinais de melhora na economia em geral.

A China estabeleceu uma meta de crescimento econômico de “cerca de 5%” para 2024, uma perspectiva que, segundo economistas, é ambiciosa e exige mais estímulos, inclusive afrouxamento monetário e fiscal.

Em especial, a China precisa reavivar um setor imobiliário abalado. A maioria dos empréstimos novos e pendentes na China baseia-se na taxa primária de empréstimo de um ano (LPR), enquanto a LPR de cinco anos influencia o preço das hipotecas.

O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,08%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,12%. Já na China continental, o índice Shanghai ganhou 0,55%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,66%.

Na Europa, o Banco Central Europeu não pode se comprometer com um número pré-definido de cortes nas taxas de juros mesmo depois de começar a reduzir os custos dos empréstimos, já que isso dependerá dos dados, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta quarta-feira.

Muitas autoridades do BCE expressaram seu apoio a uma primeira redução nos custos de empréstimos de seus níveis
atuais recordes, provavelmente em junho, com o debate agora focado em quantos cortes adicionais se seguiram. Mas Lagarde pareceu tentar atenuar essa especulação nesta quarta-feira, mesmo reconhecendo que os dados sobre salários e inflação têm sido encorajadores.

“Nossas decisões terão de continuar dependendo dos dados e de reunião a reunião, respondendo às novas informações à medida que elas chegam”, disse Lagarde. “Isso implica que, mesmo após o primeiro corte na taxa de juros, não podemos nos comprometer previamente com uma determinada trajetória”, disse ela em uma conferência em Frankfurt.

O Stoxx 600 perdia 0,01%; na Alemanha, o DAX avançava 0,25%; o CAC 40 em queda de 0,60% na França; na Itália, o FTSE MIB cai 0,02%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 0,16% no Reino Unido.

(Com Reuters)