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As ações da companhia respondiam a essa percepção com um salto de 20,4%, a 6,55 reais, por volta de 12:10, melhor desempenho entre os papéis do Ibovespa, que subia 0,28%. No ano, porém, ainda acumulam uma perda de mais de 40%.
“A medida traz uma importante margem de manobra para os fluxos de caixa de curto e médio prazo da Casas Bahia e, até certo ponto, diminui os riscos de preocupações com liquidez”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI em relatório a clientes considerando a decisão como algo “muito positivo”.
O montante de 4,1 bilhões de reais em dívidas citado no pedido envolve determinadas emissões de debêntures “e certas CCBs emitidas junto a instituições financeiras”. O plano não inclui dívidas operacionais com fornecedores e parceiros e não impacta trabalhadores ou clientes.
A estratégia prevê o alongamento de amortização de dívida, incluindo carência de 24 meses para pagamento de juros e de 30 meses para pagamento de principal. Além disso, inclui a possibilidade de credores apoiadores converterem parte de dívida em participação na empresa.
Segundo a Casas Bahia, o “reperfilamento” da dívida preservará cerca de 4,3 bilhões de reais no caixa da companhia nos próximos quatro anos. Além disso, o prazo médio da dívida sairá de 22 para 72 meses, com redução de 1,5 ponto percentual no custo médio.
Em relatório a clientes, Vitor Pini e Tales Granello acrescentaram que a administração terá chance e tempo para focar no seu “turnaround” e avaliam que a empresa deve lançar um FIDC em breve, o que proporcionará a chance de aumentar as vendas com mais crédito a ser concedido aos clientes.
A expectativa é que o plano seja homologado em até 40 dias, já que a empresa tem o apoio de credores que detêm cerca de 55% da dívida elencada no processo, disse o presidente-executivo da Casas Bahia, Renato Franklin, em apresentação a analistas.
Com o fôlego adicional em fluxo de caixa nos próximos quatro anos obtido no acordo com os credores, Franklin afirmou que a empresa poderá até antecipar a execução de “algumas alavancas” do plano de transformação que será concluído em boa parte até o final deste ano.
Joseph Giordano e equipe afirmaram receber positivamente a estratégia de redefinição do perfil da dívida, mas acrescentaram continuar “underweight” em Casas Bahia “devido à visibilidade limitada em torno do seu plano transformacional”.
Na mesma direção, os analistas do Citi João Pedro Soares e Felipe Reboredo destacaram que o plano é importante para reduzir o serviço da dívida, mas há outras questões.
“Ainda precisamos de ver melhorias mais claras na frente operacional para sermos mais construtivos quanto à capacidade da empresa de cumprir todo o serviço da dívida e desbloquear valor para os acionistas”, afirmaram em nota a clientes enviada após a teleconferência da empresa com analistas.