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Às 12h50 (de Brasília), o dólar à vista subia 1,69%, a R$ 5,2709 na venda. Mais cedo, no pico do dia, a divisa norte-americana saltou 2,01%, a R$ 5,2879, maior nível intradiário desde março de 2023.
Segundo Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, “os níveis atuais (do dólar) são claramente desconfortáveis para o BC, considerando o impacto sobre a inflação, e, com o Fed mantendo juros mais altos por mais tempo, uma intervenção deve ser apropriada para evitar uma desvalorização maior do real”.
No geral, o Banco Central sempre reforça que não tem intenção de controlar o patamar do câmbio, que é flutuante, e que quaisquer atuações no dólar têm objetivo de garantir o bom funcionamento do mercado em caso de disfuncionalidades.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,75%, a R$ 5,2855 na venda.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacou nesta terça-feira a frustração dos mercados com a decisão do governo de afrouxar a meta de resultado primário para zero para o próximo ano, em uma redução do esforço anunciado anteriormente, que previa superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
“E tem ainda o fato de que a economia lá fora tem dado alguns sinais positivos. Economia mais forte significa maior inflação e, consequentemente, essa maior resiliência inflacionária demanda maior patamar de juros”, completou o analista.
No exterior, vários pares arriscados do real também tinham perdas acentuadas, com destaque para o peso mexicano, que cedia 1,90%. O peso chileno caía 0,85%, enquanto o dólar australiano recuava 0,50%.
Na véspera, dados mostraram alta bem mais intensa do que o esperado nas vendas no varejo dos Estados Unidos em março, mais uma evidência de que a economia encerrou o primeiro trimestre em terreno sólido.
O departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco citou ainda “apreensão com possível acirramento do conflito no Oriente Médio”, conforme o mundo aguarda uma resposta de Israel ao primeiro ataque direto do Irã contra o país.
Em momentos de tensão geopolítica, o dólar é visto com um porto seguro, de forma que costuma haver picos na demanda. Operadores também chamam a atenção para o fato de que saltos no preço do petróleo decorrentes do risco no Oriente Médio podem elevar as pressões inflacionárias no EUA, dando mais argumentos para o Fed seguir cauteloso.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1835 na venda, em alta de 1,21%, maior valor de fechamento desde 27 de março de 2023.