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Mais cedo, no pico do dia, a divisa norte-americana saltou 2,01%, a R$ 5,2879, maior nível intradiário desde março de 2023. Já as taxas dos contratos de juros futuros disparavam de 15 a 26 pontos-base na curva até janeiro de 2029, nos pontos mais altos desde novembro e dezembro do ano passado.
Enquanto isso, o Ibovespa recuou aos patamares mais baixos também desde novembro passado, atingindo uma mínima de 123.756,1 pontos mais cedo nesta sessão.
“A gente já sabia que (o governo) faria isso, mas o fato de ter feito finalmente começa a destravar uma percepção de que o governo estaria disposto a incorrer em revisões de meta para não ver o gasto ser prejudicado, em vez de controlar o gasto”, explicou Spiess.
“E tem ainda o fato de que a economia lá fora tem dado alguns sinais positivos. Economia mais forte significa maior inflação e, consequentemente, essa maior resiliência inflacionária demanda maior patamar de juros”, completou o analista.
Na véspera, dados mostraram alta bem mais intensa do que o esperado nas vendas no varejo dos Estados Unidos em março, mais uma evidência de que a economia encerrou o primeiro trimestre em terreno sólido, dando argumentos para o Federal Reserve se cauteloso na política monetária.
Com o dólar nos picos em mais de um ano e disparando cerca de 15 centavos desde o encerramento da semana passada, alguns agentes financeiros acenderam o alerta para eventuais intervenções do Banco Central no câmbio.
Segundo Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, “os níveis atuais (do dólar) são claramente desconfortáveis para o BC, considerando o impacto sobre a inflação, e, com o Fed mantendo juros mais altos por mais tempo, uma intervenção deve ser apropriada para evitar uma desvalorização maior do real”.
No geral, o Banco Central sempre reforça que não tem intenção de controlar o patamar do câmbio, que é flutuante, e que quaisquer atuações no dólar têm objetivo de garantir o bom funcionamento do mercado em caso de disfuncionalidades.