Ibovespa fecha em queda pressionado por Treasuries; Itaú cai 3%

1 de abril de 2024

O Ibovespa encerrou em queda nesta segunda-feira (1), com as ações de bancos entre as maiores pressões negativas, incluindo as preferenciais do Itaú Unibanco, que recuaram cerca de 3%, em uma sessão também influenciada pelo aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

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Por outro lado, as ações da IRB(Re) e da Hapvida avançaram em meio à análise dos respectivos resultados do último trimestre de 2023, bem como às perspectivas de ambas as empresas.

O índice caiu 0,87%, atingindo 126.990,45 pontos. Na máxima do dia, alcançou 128.658,86 pontos, enquanto na mínima, atingiu 126.771,8 pontos. O volume financeiro somava R$ 17,4 bilhões antes dos ajustes finais.

Na sexta-feira, dados norte-americanos mostraram que o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, subiu 0,3% em fevereiro, menos do que previam economistas consultados pela Reuters (+0,4%).

O resultado ficou dentro do esperado, mas comentários cautelosos do presidente do Fed, Jerome Powell, reforçaram a leitura de que o Fed pode adiar ainda mais o início do ciclo de cortes de juros. Powell disse que a instituição espera que a inflação ceda, mas que se isso não ocorrer as taxas de juros serão mantidas onde estão por mais tempo. Segundo ele, o Banco Central deixará que os dados econômicos deem a resposta sobre os juros.

Na visão de estrategistas do BTG Pactual, o ano começou “claramente pior” do que o esperado para as ações brasileiras, com piora nas perspectivas de cortes nas taxas de juros nos EUA, enquanto um pouco mais de pressão sobre a inflação no Brasil pode fazer o Banco Central reduzir o ritmo dos cortes na Selic.

Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries começaram o dia em alta, o que também impulsionou as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil. O movimento foi amplificado pela divulgação de dados positivos sobre a indústria dos EUA.

O Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM) informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial aumentou para 50,3 no mês passado, a primeira leitura acima de 50 desde setembro de 2022, em comparação com 47,8 em fevereiro. Uma leitura do PMI acima de 50 indica crescimento no setor industrial. A recuperação encerrou 16 meses consecutivos de contração no setor industrial, que responde por 10,4% da economia americana.

No Brasil, a S&P Global informou que o PMI da indústria ficou em 53,6 em março, de 54,1 em fevereiro. Apesar da perda de força, o índice permanece acima da marca de 50 pelo terceiro mês seguido.

Na China, a atividade industrial na segunda maior economia do mundo expandiu pela primeira vez em seis meses em março, com o índice subindo para 50,8, de 49,1 em fevereiro, superando a previsão de 49,9 em uma pesquisa da Reuters.

O dólar fechou com alta firme, pela segunda sessão consecutiva acima dos R$ 5, em um dia marcado pela divulgação de dados fortes sobre a indústria norte-americana, o que fez as cotações refletirem a perspectiva de que o corte de juros nos EUA pode ser novamente adiado. A moeda ficou cotada a R$ 5,05 na venda, em alta de 0,86%. Em apenas dois dias úteis, a divisa acumulou ganho de 1,57%.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, os principais índices de ações de Wall Street fecharam em queda. O S&P 500 recuou 0,20%, para 5.243,77 pontos.  O Dow Jones caiu 0,60%, para 39.566,85 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,11%, para 16.396,01 pontos.

DESTAQUES DO IBOVESPA
(pregão à vista)

📊 Maiores Altas
HAPV3: +6,49% a R$ 3,94
IRBR3: +2,44% a R$ 38,26
BHIA3: +2,36% a R$ 6,85
BEEF3: +1,48% a R$ 6,85
SUZB3: +1,42% a R$ 64,89

📊 Maiores Baixas
LWSA3: -6,34% a R$ 5,47
CVCB3: −5,86% a R$ 2,73
RAIZ4: −5,08% a R$ 3,36
PETZ3: −5,06% a R$ 4,13
PCAR3: −3,72% a R$ 2,85

(Com Reuters)