Sempre fui fã do filósofo Mário Sérgio Cortella. Mas quando entrevistei ele, aprendi a maior lição que eu poderia, sem ele nem me dizer nada… e sim, essa lição também é para você, não serve só para mim.
Desde os 14 anos eu estudo filosofia. Sei todas as palestras dele de cor, consumo todos os conteúdos dele que você puder imaginar, e ele, inclusive, foi uma das minhas inspirações para fazer minha pós-graduação em filosofia.
Para mim, que já vinha estudando filosofia há uma década, fiz uma pós-graduação na área e sempre amei o assunto, era fácil entender o que ele queria dizer, absorver bem suas analogias, histórias e tudo que o conteúdo dele queria me contar. Na filosofia, cada história tem um grande ensinamento, mas ele quase nunca está explícito. É sempre uma reflexão e questionamento que você precisa de atenção e até um pouco de convívio com a filosofia para poder entender e captar.
Por um momento, enquanto ele falava comigo, eu parei e observei a maioria das pessoas que estavam ali em volta: a produção, o cara da gravação, as pessoas que estavam acompanhando ali a entrevista, e eu pude perceber que a grande maioria ali estava deslumbrada com o Cortella falando, mas não estavam entendendo a mensagem dele como eu.
E não, o problema não eram as pessoas que estavam ali. Muito menos a maneira que o professor Cortella fala, afinal, ele é incontestavelmente um dos maiores comunicadores dessa geração.
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Foi nessa hora que eu tive uma grande realização na minha vida e na minha carreira.
Estamos bem perto do momento da passagem de bastão, de assumir a cadeira dos nossos ídolos e mentores.
Não que eles deixem de existir ou de transmitir seus vastos conhecimentos através de conteúdos, mas estamos próximos de assumir a posição que eles um dia ocuparam e ocupam para nós.
Um dia foi Cortella que precisou traduzir Freud, Platão, Nietzsche e outros mestres pra pessoas como eu. Hoje, sou eu que preciso fazer isso, com uma comunicação diferente, para uma próxima geração.
Pode até soar como presunção minha, dizer que sou eu que vou ocupar uma dessas cadeiras? Acredito que não, porque sei do meu compromisso com o conhecimento e com a verdade. E, na verdade, eu enxergo isso como um enorme presente, uma incrível oportunidade de poder me posicionar e compartilhar com o novo mundo tudo que eu aprendi com essas pessoas ímpares.
E sabe por que isso é também pra você, uma grande lição?
Será que não é você o próximo grande comunicador da sua área?
Eu acredito que, agora, essa responsabilidade está em nossas mãos, e eu assumo a responsabilidade de ocupar hoje e no futuro o lugar que meus ídolos ocuparam para mim. Com orgulho, animação (e um pouquinho de medo, rs).
Cortella, obrigado por mais esse ensinamento, e eu espero ter o privilégio da próxima geração poder aprender comigo tudo que aprendi com você. E que, um dia, alguém também chore de emoção ao me entrevistar.
Vejo vocês semana que vem, beijo!
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