Pré-mercado: comunicado do Copom indica política monetária austera

9 de maio de 2024

Bom dia. Estamos na quinta-feira, 9 de maio.

Cenários

Conforme amplamente esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) desacelerou o afrouxamento da política monetária e reduziu a Taxa Selic em apenas 0,25 ponto percentual, para 10,50% ao ano. No entanto, o Comentário divulgado após a reunião mostrou que o Comitê está mais pessimista com as perspectivas para a inflação.

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Várias mudanças no texto indicam essa nova abordagem. No comentário da reunião de março, o Copom informou que o ambiente externo “segue volátil”, expressão que mudou para “mostra-se mais adverso”. Em março, a percepção era de “expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial”, o que mudou para “expectativas de inflação desancoradas”.

Na conclusão da avaliação de conjuntura, o texto também indicou um ambiente menos favorável. Em março, a avaliação era que “as conjunturas doméstica e internacional estão mais incertas, exigindo cautela na condução da política monetária”. Agora, o texto mudou para “as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária.”

Perspectivas

Essas mudanças podem parecer irrelevantes, mas a comunicação do Copom é cheia de nuances. A alteração mais importante, porém, veio no fim do texto, após a comunicação da decisão. Vale a pena citar um trecho um pouco mais longo. Para o Comitê, “o cenário global incerto e o cenário doméstico (…) [com] expectativas desancoradas demandam maior cautela”, e “a política monetária deve se manter contracionista até que se consolidem a desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas”.

E, para finalizar: em vez de sugerir um corte nas reuniões futuras, o Comitê encerra o Comunicado informando que “a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

A conclusão desse Comunicado, que deve anteceder uma Ata bastante austera na próxima terça-feira (14), é que a política monetária a partir de agora é totalmente diferente do que valia até algumas semanas atrás. Em vez de ir administrando uma queda gradual da Selic, o Copom já não se comprometeu com a trajetória descendente.

Indicadores

  • Brasil

Sem indicadores relevantes

  • Estados Unidos

Pedidos iniciais de seguro-desemprego

Esperado: 212 mil
Anterior: 208 mil

Balanço do FED

Esperado: ND
Anterior: US$ 7,36 trilhões