Responsável pela inovação e liderança do Magazine Luiza, a empresária Luiza Helena Trajano, 68 anos, vem abrindo portas para as mulheres há muito tempo. Recentemente, foi a segunda brasileira escolhida para receber o prêmio “Person of the Year”, criado há 50 anos pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.
Em entrevista à FORBES, Luiza comentou alguns fatores que, na sua opinião, foram importantes para que conseguisse chegar a tal posição e como a utiliza para ajudar outras mulheres que estão no mundo dos negócios.
LEIA MAIS: Luiza Trajano é eleita Person of the Year 2020 pela Câmara de Comércio Brasil-EUA
“É um prêmio muito reconhecido e que abre portas para mulheres. Tenho muita gratidão por todos que estiveram comigo nessa caminhada, amigos, funcionários e família”, afirmou a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza.
A empresária se caracterizou como alguém que “pensa fora da caixa” quando o assunto é inovação e aprendizado: “Eu tento absorver algo de todo mundo: empregados, diretores, personalidades, novela, fornecedores etc. Tenho facilidade para aprender e a mente aberta ao novo”.
O papel feminino no mundo dos negócios
A falta de mulheres em cargos de direção e conselhos foi lembrada como um dos motivos do prêmio ser, majoritariamente, entregue a homens. Luiza foi firme ao declarar: “A diversidade requer esforço. É preciso entender que mulheres são diferentes dos homens e pensar caso a caso”.
Ela ainda encontra tempo em sua agenda para liderar o grupo Mulheres do Brasil, uma organização que discute assuntos de interesse da população como educação, igualdade, segurança e saúde. Luiza classificou o movimento como político, mas apartidário: “Queremos que o Brasil evolua como um todo. Sou muito patriótica, mas não obrigo ninguém a ser igual a mim”.
LEIA TAMBÉM: Goldman Sachs avisa: empresas sem mulheres na liderança não terão IPO’s
Além disso, a empresária contou que deu mais 80 palestras em 2019, muitas delas direcionadas a outras mulheres. E a lição começa em casa: o Magazine Luiza tem pelo menos 40% de mulheres em seu conselho.
Maternidade
Mãe e avó, Luiza divide sua agenda cheia de eventos e reuniões com a vida pessoal: “Amo ser avó. Não altero minha agenda, mas sempre que posso estou em contato com os netos”.
Ela aconselha que as mulheres não sintam culpa por tentar conciliar maternidade com a vida profissional. “Não existe receita para criar filhos da maneira certa. Apenas faça o seu melhor. Existem filhos que nunca tiveram contato com os pais e são boas pessoas, e outros que sempre tiveram os pais por perto e acabaram em situações ruins”, lembra a mãe de três filhos.
E TAMBÉM: Mulheres do Citigroup ganham 27% menos que homens
Luiza garante que nunca criou os filhos com o objetivo de tomar decisões por eles – tanto que apenas Frederico Trajano resolveu seguir na empresa da mãe. “Fiz questão de estar presente nos momentos importantes, como formaturas e vestibular. Não queria que eles achassem que o dinheiro era algo negativo”, afirma.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.