Segundo Flavia, o distanciamento social e o home office colocaram muita gente frente a frente consigo mesmo. Momento de refletir, repensar e conhecer realmente a potencialidade de cada um. Ao se preparar como profissional de desenvolvimento humano, Flavia estudou com um dos mais renomados experts no assunto, o escritor, professor e filósofo inglês Richard Barret, autor de várias obras sobre desenvolvimento de liderança, valores, consciência e evolução cultural nos negócios e na sociedade – mapeando o desempenho de governos, organizações, comunidades e indivíduos.
Este ano, ela deu início a um trabalho autoral que tem dado bons frutos e da qual se orgulha muito, a Jornada do Feminino. Tudo começou a partir de um programa que participou nos Estados Unidos, em janeiro, chamado Vision: Your Life in Focus, comandado por ninguém menos do que Oprah Winfrey – a mulher mais bem-sucedida na TV norte-americana – e com a presença da ex-primeira dama Michelle Obama. Flavia recebeu a recomendação para participar do encontro através da ISFP (International Society of Female Professionals), da qual faz parte nos EUA. “A ideia era realizar um encontro em várias cidades norte-americanas e a participação de uma liderança feminina de cada região. Acabei indo no encontro de Nova York, que era com a Michelle”, diz com a nonchalance de quem está habituada a caminhar entre poderosos.
Na Jornada de Flavia, ela leva em conta e propõe aspectos e características do feminino muito poderosas neste novo momento social:
Empatia – a mulher constrói relacionamentos interpessoais, ela busca entender o outro. A mulher prioriza mais a relação do que a materialidade.
Insight – a leitura do sutil. A conhecida intuição feminina que muitas mulheres ainda não se sentem à vontade para manifestar.
Simultaneidade – “O homem tem um pensamento sequencial, uma coisa de cada vez. A mulher executa várias tarefas simultaneamente”, observa Flavia.
Cuidado – a mulher acolhe, cuida.
“As mulheres precisam trazer o feminino para a mesa de negociação”, resume. E complementa: “Seja autora da sua biografia, liberte-se das limitações que impuseram a você, sonhe grande”. Aí, é impossível não perguntar: você é feminista? Ela não titubeia: “Ótimo que você perguntou. Estamos vivendo o novo feminismo, que é sobre liberdade de escolha. E que fique bem claro, o contrário de machismo é femismo e não o feminismo”.
Qual o seu maior exemplo de mulher de sucesso?
Para mim, ter sucesso é chegar ao ponto de ter a liberdade de escolha em como levar sua vida. Escolher e expressar o que pensa em seus múltiplos papéis: empresária, mãe e esposa. Ter autonomia para dedicar o seu bem mais precioso – na minha visão, o tempo – da maneira como fizer melhor sentido para você. A mulher de sucesso é alguém que chegou ao ponto de realizar um trabalho autoral.
Qual sua ideia de felicidade no trabalho?
Eu achava que sucesso era… e descobri que é…
Eu achava que sucesso era o objetivo e hoje descobri que sucesso está em como vivemos o caminho. O sucesso está sempre em construção, a cada passo que damos com consciência, a cada dia que temos mais clareza em nosso propósito, quando sentimos alegria em viver cada etapa do processo, estamos claramente experimentando o sucesso.
Depois da pandemia qual será a mudança mais significativa na sua área de atuação profissional?
Se você pudesse escolher um superpoder, qual seria?
Gostaria de mostrar às pessoas sua luz. Ninguém é uma coisa só. Todos nós somos luz e sombra, a possibilidade de sermos bons e maus, temos tudo dentro de nós. Queria ter o poder de “acender a luz interna” nos momentos mais fervorosos, de extremos e intolerância, e fazer com que as pessoas se conectassem com o que há de melhor dentro delas.
Que tipo de hábito ou exercício você recomenda para desligar ou aliviar sua mente?
Qual mensagem você gostaria de deixar para as próximas gerações?
Acredito que viemos ao mundo a serviço e não a passeio. Viemos para servir. Servir uns aos outros e tornar esse lugar melhor, para evoluirmos em nossas relações e em nosso papel. Para deixarmos uma lembrança de algo que agregamos ao ecossistema, um feito para ser lembrado e celebrado, uma história para contar e ser recontada. Apesar da jornada começar e terminar solitária, tudo acontece entre as pessoas. Acredito que a melhor prova de uma vida bem vivida é possuir um grupo de pessoas que conhecemos na vida, com quem aprendemos, pessoas que apenas passaram ou ficaram ao seu lado. A vida só tem significado nas relações, portanto construam suas relações com verdade e empatia.
Com Mario Mendes e Antonia Petta
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