Logo os pedidos das amigas e conhecidas foram chegando. Nada profissional, tudo pela amizade. Durante seis meses, tocou a criação dos modelos com o cargo de gerente de produtos na Daslu, até que decidiu deixar o emprego e investir na produção sob medida. No início, criava vestidos para festas: de madrinhas e mães dos noivos, passando pelas daminhas, até o importante momento de fazer a sua primeira noiva. Depois, graças ao boca a boca e a qualidade dos seus produtos, chegaram os pedidos para vestidos de noivado e modelos mais casuais, como os cocktail dresses. De forma despretensiosa, com qualidade e preço competitivo, Karin conquistou sua carteira de clientes.
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Até o início da pandemia de Covid-19. Com o isolamento social, as festas foram adiadas e, em alguns casos, canceladas. Karin precisou recalcular a rota rapidamente, já que o seu mercado foi interrompido. Com reserva financeira para segurar as pontas pelo tempo que imaginava que durariam as restrições – acreditava que não passariam de seis meses -, a empresária foi para o interior. De uma necessidade sua, enquanto consumidora, nasceu a linha de produtos de homewear. “Me vi usando muitas peças de moletom, roupas do meu marido, itens confortáveis. Conversando com a família, surgiu a ideia de criar uma coleção, mas no início eu relutei. Meu know-how era moda festa, não tinha experiência com malharia, é um universo completamente diferente”, explica. Com o incentivo da família, montou uma coleção baseada no que queria comprar e usar naquele momento incerto da pandemia.
O maior desafio foi convencer os fornecedores, acostumados a vender centenas de peças, a embarcar no conceito mais exclusivo da Karin Guerekmezian Couture. Era essencial trazer uma nova linha de produtos, sem perder o DNA da marca. “O começo foi muito difícil. São Paulo estava parada, não tinha fornecedor, nem fábricas abertas. Eu implorava para comprar moletom para quem nem sabia quem eu era, fornecedores com quem eu nunca tinha trabalhado. Eu nem era cliente deles e pedia prioridade”, relembra. As coleções foram lançadas com 20 a 30 itens de cada modelo, aproveitando a quantidade mínima de compra exigida pelos fornecedores para vender com a exclusividade da marca.
Assim como Karin buscava por roupas confortáveis para passar o período de isolamento social em casa, suas clientes procuravam pelo mesmo e o novo conceito fez sucesso entre as consumidoras da marca. “Elas ficaram muito felizes porque sempre me pediam uma coleção assim. O feedback foi positivo e vendi muito bem porque entregamos a qualidade do material e o cuidado do sob medida”, afirma a estilista.
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