As executivas mais poderosas da Ásia

12 de novembro de 2022
Forbes

As mulheres mais poderosas da Ásia selecionadas pela Forbes

A região pacífico-asiática, neste ano, adentrou uma era pós-pandemia na qual governos, pessoas e negócios estão aprendendo a viver com a covid-19. Essa transição levanta uma questão: como se recuperar de quase três anos de disrupções que impactaram quase todas as indústrias?

As 20 mulheres na lista de 2022 das Empreendedoras mais Poderosas da Ásia têm criado várias estratégias para ajudar seus negócios a crescerem apesar da incerteza do novo normal. Algumas delas trabalham em setores fortemente afetados pela pandemia – como o de exportação, propriedade e construção –, enquanto outras continuam a inovar nas áreas de tecnologia, farmácia e commodities.

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Como foi desde 2019, as mulheres destacadas neste ano são novatas à lista, expandindo cada vez mais nossa rede de mulheres pioneiras da região. Elas foram selecionadas por suas conquistas nos seus atuais cargos de comandar empreendimentos com rendas consideráveis e demonstrando forte liderança ao longo de suas carreiras.

Robyn Denholm – Presidente da Tesla, Austrália

Robyn Denholm, 59, foi frentista no posto de gasolina de seus pais em Sidney, na Austrália. Desde então, ela tem comandado as fortunas da Tesla como presidente do conselho da companhia – cargo que passou a ocupar em 2018. A australiana tem sido diretora independente da montadora de carros mais valiosa do mundo – avaliada pelo mercado por US $714 bilhões – desde 2014 e substituiu o fundador da empresa, Elon Musk, na posição da presidência há quatro anos.

Sob sua liderança, a maior produtora de veículos elétricos, com 14% das ações da companhia, teve seu segundo ano consecutivo sem dívidas em 2021, com aumento de 665% da renda líquida de US $5,5 bilhões e um crescimento de 71% da receita para US $53,8 bilhões.

Antes de se juntar à Tesla, ela foi diretora financeira na Telstra, a maior companhia de telecomunicações da Austrália, e ocupou cargos financeiros e operacionais nas empresas Juniper Networks, Sun Microsystems e Toyota. Denholm, é formada em economia pela Universidade de Sidney e mestre em comércio pela Universidade de Nova Gales do Sul. Ela também é sócia-operacional da firma de investimentos de venture capital Blackbird Ventures e presidente do Conselho de Tecnologia da Austrália. Em março, ela se tornou uma das poucas investidoras de equipes esportivas após a empresa de sua família, Wollemi Capital Group, comprar 30% das ações dos times de basquete masculino Sidney Kings e feminino Sidney Flames.

Ghazal Alagh – cofundadora e presidente de inovação na Honasa Consumer, Índia

A companhia de Ghazal Alagh, que detém as marcas de cuidado pessoal Mamaearth, The Derma Co., Aqualogica e Ayuga – se tornou um unicórnio no começo de janeiro quando conseguiu um investimento de US $52 milhões liderado pela firma de venture capital Sequoia Capital Índia – a qual é avaliada em US $1,2 bilhões. Ela cofundou a Honasa Consumer em 2016 em conjunto com seu marido, Varun, que é o CEO da empresa.

Tudo começou quando Alagh estava buscando por alternativas de produtos sem químicos para seu filho pequeno, que tinha uma doença de pele. “Não conseguimos encontrar opções que estavam facilmente disponíveis na Índia”, conta. “Decidimos criar a Mamaearth e nos aventurar no ramo dos cosméticos sem toxinas para bebês”. A companhia, que começou lançando sete produtos incluindo sabão e shampoo para bebês, desde então expandiu para cosméticos e produtos de cuidado da pele. Nos últimos 12 meses, ela comprou participações na plataforma de conteúdo voltada para mulheres Momspresso, no negócio de salões de beleza BBLUNT e na marca de beleza Dr. Sheth.

A receita da Honasa Consumer quase drobrou no ano terminado em 31 de março de 2022, chegando a quase 10 milhões de rúpias indianas (US $121 milhões), de vendas online e em lojas. Honasa, um nome em inglês criado das expressões “honesta”, “natural” e “segura”, conseguiu, pela primeira vez, o lucro de 250 de rúpias no ano fiscal de 2021 e espera ser lucrativa nesse ano também.

Febriany Eddy – diretora-presidente e CEO da Vale Indonesia, Indonésia

Febriany Eddy, 45, faz parte de um pequeno grupo de mulheres no mundo todo envolvidas com gigantes operações mineradoras. No ano passado, ela foi nomeada para o cargo de diretora-presidente e CEO da mineradora de níquel Vale Indonésia, que é majoritariamente propriedade da Vale, empresa brasileira mineradora.

Sua trajetória para se tornar a primeira mulher presidente da mineradora da Indonésia começou ao estudar contabilidade e economia, não geologia. Eddy é graduada na Universidade da Indonésia e tem M.B.A. de um programa conjunto da UCLA com a Universidade Nacional de Singapura. Ela foi contratada pela PricewaterhouseCoopers, na qual cuidou de clientes de energia e mineração. “Não escolhi esse caminho no começo, mas decidi ficar”, ela diz. “Estou nessa indústria incrível pelos últimos 15 anos.”

Na Vale, ela ficou dois anos e meio em Brisbane, na Austrália, onde supervisionou operações em locais como África, Japão, Indonésia, Taiwan e China continental. Antes de ocupar seu atual cargo, ela era a diretora financeira da Vale Indonésia e CEO substituta. Ano passado a companhia teve US $953 milhões de receita, um aumento de 24% em relação ao ano anterior, enquanto o seu lucro líquido dobrou para US $165 milhões.

A executiva é uma grande reivindicadora por mais mulheres na indústria mineradora, setor o qual ela diz que é “crucial para a vida humana”. Ela quer que outras mulheres peguem esse desafio, enquanto que mais homens se motivem para apoiar mulheres trabalhando em mineração.

Wang Ying – presidente da Chengdu Easton Biopharmaceuticals, China

Wang Ying, 57, fundou a Chengdu Easton Biopharmaceuticals em 2009. A companhia desenvolve, produz e vende uma grande variedade de drogas genéricas – incluindo remédios para dor e medicações para condições cardíacas. Em setembro de 2020, ela começou o trading no Mercado STAR de Shangai e continuou a crescer sob a liderança de Wang.

Nos primeiros nove meses deste ano, a receita da empresa cresceu 16% para 897.6 milhões de yuans (US $123 milhões), enquanto o lucro líquido cresceu 5% para 195 milhões de yuans. Em julho, a empresa venceu um leilão para produzir quatro de seus atuais produtos, incluindo drogas para o tratamento de Alzheimer e hepatite B, que serão incluídas no programa do governo chinês de centralização de compra de medicamentos.

A farmacêutica tem mais produtos no seu catálogo. A companhia tem mais de 10 drogas em desenvolvimento, três das quais estão na fase de testes clínicos, como um medicamento para diabetes. Ao mesmo tempo, ela solicitou ao FDA (Food and Drug Administration dos EUA) para vender a sua versão de cloridrato de nalmefeno no país norte-americano. A droga injetável é administrada para combater os efeitos de uma overdose por opióides.

Wang trabalhou para várias empresas da indústria farmacêutica antes de fundar seu próprio negócio no ramo. Ela é graduada em química pela Universidade de Sichuan Normal e tem um M.B.A. da Universidade de Peking.

Anna Nakajima e Mizuki Nakajima – cofundadoras da Coly, Japão

As irmãs gêmeas Anna e Mizuki Nakajima, 33, encontraram uma lacuna significativa no mercado japonês de games, a falta de jogos voltados para mulheres, e a ocuparam. Elas construíram o app de smartphone Coly em 2014 e, no último ano, incluíram a empresa na Bolsa de Investimentos de Tóquio.

Mulheres compõem mais da metade do público japonês que joga games em smartphones – mercado avaliado em, aproximadamente, 1,3 trilhões de ienes (US $8,7 bilhões) anualmente – de acordo com o Laboratório de Pesquisa Kadokawa ASCII. Coly estimou para 2020 que seu público-alvo estaria projetado para 80 bilhões de ienes anualmente.

Os sucessos da companhia incluem jogos narrativos como o tradicional Drug Prince, Narcotic Girl e Stand My Heroes, que tiveram 3,5 milhões de downloads cumulativamente nos seis anos até abril. Os jogos são gratuitos, mas seus usuários pagam para terem acesso a mais capítulos da história e outros itens.

No ano fiscal que terminou em janeiro de 2020, a empresa divulgou que teve receita de 6,5 bilhões de ienes e 1,5 bilhão de ienes em lucro de relações de operação. Antes de fundar a Coly, Mizuki trabalhava na empresa Morgan Stanley MUFG Securities e Anna no jornal Sankei Shimbun. Cada uma delas tem participação de 7,3% na companhia e, combinadas, parcela de 50,5% da gestão conjunta dos ativos da empresa.

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