Cargos são passageiros. O que fica são as relações

31 de janeiro de 2023

Eu não acredito que as relações pessoais e profissionais andem separadas. Somos uma pessoa só.

Sim, agora eu sou colunista da Forbes! Para quem não me conhece, sou Juliana Ferraz, sócia da Holding Clube e com quase 30 anos de carreira no universo da comunicação e eventos no Brasil.

Antes de estrear, de fato, a minha coluna por aqui, eu queria começar dizendo que estou muito feliz em ser parte desse título que admiro, acompanho, que é referência em empreendedorismo, em negócios, em networking e principalmente em relações. E é exatamente sobre relacionamentos no mercado corporativo que eu quero conversar hoje, pois tem muito a ver com o momento que vivo na minha vida.

>> Leia também: Ju Ferraz, da Holding Clube: uma trajetória baseada em relacionamentos

Eu não acredito que as relações pessoais e profissionais andem separadas, e queria que a minha primeira coluna fosse sobre isso. Especialmente porque eu enxergo ainda a falta de visão de pessoas que estão em cadeiras de empresas se sentindo donas do mundo por simplesmente achar que têm poder.

Dia desses li uma frase que resume o que queria contar aqui: “Cargos são temporários, títulos são provisórios, mas a maneira com que você trata as pessoas é eterna”. E é exatamente o que penso.

Posso dizer que em algum momento da minha carreira e vida faltou clareza sobre isso. Eu achava que estar sentada num lugar de pseudo-poder era mais importante. Muita coisa passou por mim inclusive dois burnouts , quando precisei me desconstruir, recomeçar uma história e me reconectar comigo mesma e com os outros. E foi aí que resolvi entender com clareza que estamos de passagem.

Passagem nas cadeiras profissionais, nas relações, na vida e nas situações. O que aumenta a necessidade de estarmos atentos à forma como a gente trata o outro, não só nas empresas que trabalhamos, mas também dentro de casa e do seu círculo afetivo.

O que eu fico pensando é o que tudo isso tem em comum é o impacto que você deixa na vida do outro, e isso vem com uma força ainda maior quando você se coloca no lugar do outro. Pode parecer bobagem, pode parecer teoria, mas a partir do momento que você se exercita para criar e tratar os outros da maneira que você gostaria de ser tratado tudo fica mais fácil, toda comunicação fica mais leve, toda relação se torna verdadeira e na maioria das vezes você consegue compartilhar ou defender seu ponto de vista de uma maneira mais sutil.

É  um exercício diário tratar o outro de forma mais empática. É preciso se despir do autoritarismo, da vaidade e do ego para se tornar acessível e fazer com que as relações se tornem melhores.

Acredito nisso na minha vida pessoal e profissional, e mais do que isso, desde o dia que escolhi caminhar desta forma, ou caminhar nessa estrada, as coisas se tornaram mais fáceis pra mim. Mais fácil porque foi com menos briga, menos dureza, menos dificuldade.

Não posso dizer que ainda não me decepciono com as pessoas, que existem relações que foram investidas, pessoas em que acreditei e me decepcionei, mas esse é o processo.

E está aí a beleza da vida! A gente acorda todo dia para aprender e também para ensinar. E só nos tornamos seres humanos melhores se estivermos abertos. E seres humanos melhores são profissionais melhores. Disso não tenho dúvida.

Juliana Ferraz é sócia da Holding Clube e tem quase 30 anos de carreira no universo da comunicação e eventos no Brasil.

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