Ela também foi responsável pela produção – além de trabalhar como DJ – do Castro Festival, que reuniu mais de 10 mil pessoas no Vale do Anhangabaú, também centro paulistano, na sua segunda edição. E foi criando labels – ou seja, produzindo festas – que a empresária percebeu que poderia ter sucesso no entretenimento.
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Desde esse momento, ela percebeu a diferença de oportunidades e de experiências com outros grupos que não são alvos de preconceitos. “Eu ia muito para festas para o público hétero e vi um padrão que não existia na cena gay”, diz Scott. “Por que essas pessoas eram servidas com super drinks e têm todas essas ativações de marcas nas festas e a gente não encontra essas experiências no mercado LGBTQIAPN+?” É por isso que, em seus negócios, ela busca empregar e dar espaço a pessoas e artistas LGBTQ+.
Foi também com o objetivo de acolher e promover experiências para esse grupo que surgiu a label Castro, que Scott criou junto do empresário João Felipe Villanova. Para realização do festival, pessoas trans compuseram toda a equipe na porta do evento e várias delas foram capacitadas em coquetelaria para que pudessem usar o aprendizado em trabalhos posteriores. Além disso, metade do valor do ingresso solidário do Festival Castro foi revertido para organizações de defesa da população LGBTQ+. “Nesse momento, o principal projeto da Castro é tornar o label em um projeto social”, diz a PR e DJ.
A trajetória no entretenimento
Para Scott, seguir com uma carreira em eventos, produção e PR foi um acidente em sua vida, provocado principalmente pelas conexões que fazia a cada festa produzida. “Eu fui fazendo muitos amigos pelo meio do caminho”, diz. “Todos os negócios acabaram puxando outros”. Uma dessas pessoas, que hoje ela considera um de seus amigos mais próximos, é Facundo Guerra, empresário referência do ramo do entretenimento, com quem começou a trabalhar aos 22 anos ao entrar no comercial do extinto Grupo Vegas.
Misturando talentos com negócios
Com tantas atuações no entretenimento, Scott reconhece não ser a tradicional mulher de negócios ou DJ da noitada. “Sinto que às vezes quebro a cabeça daqueles que não me conhecem: ‘Como pode aquela pessoa toda montada na madrugada anterior estar em uma mesa de reunião às 9h da manhã para fechar um contrato? Como essas personalidades coexistem?'”
Scott é DJ há mais de 10 anos e tem conexão com a música desde criança, quando tinha aulas de piano e bateria. Essa frente profissional foi o que proporcionou a ela conhecer mais profundamente o entretenimento e se conectar ainda mais com as experiências de quem vai aos eventos. “Sempre tive a música como um dos pilares da minha vida e sempre esteve ali como uma ferramenta para acessar aventuras e descobrir outros universos”, diz.
Ser uma profissional multifacetada mesmo dentro do entretenimento trouxe a Scott o seu diferencial no ramo. “Em algumas ocasiões assumo três frentes de trabalho em conjunto, produzindo o evento e atuando como PR e DJ de um mesmo evento ou marca, por exemplo”. Sabendo de como a experiência é importante para os frequentadores dos eventos e atenta aos detalhes para entregar o melhor resultado, a PR foca em cada convidado individualmente e não usa estratégias de massificação do público, como listas de transmissão.