Renata Vichi, da Kopenhagen, conta como lidou com um câncer em momento-chave da carreira

19 de outubro de 2023

CEO do Grupo CRM, das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, Renata Vichi agora inicia uma campanha de conscientização sobre o câncer de mama

Enquanto vivia um dos momentos mais decisivos de sua carreira, Renata Vichi recebeu uma ligação de sua médica para refazer sua mamografia. “Uma semana antes, enquanto me preparava para sair de férias, senti uma alteração na mama e fiquei preocupada. Liguei pra minha médica e resolvemos adiantar meus exames de rotina”, conta a empreendedora, CEO do grupo CRM, que inclui as franquias Kopenhagen, Brasil Cacau e Kop Coffee.     

Vichi tinha uma “área de realce” em uma das mamas, uma alteração nas células do tecido mamário, que vinha acompanhando a cada semestre. Fez os exames e, assim que voltou de viagem, descobriu um carcinoma nível 3. Trata-se de um tipo de tumor de câncer de mama que vinha crescendo rapidamente e precisaria ser extraído o quanto antes. “Eu tinha algumas opções, mas decidi retirar as duas mamas por inteiro para reduzir as possibilidades de novas cirurgias mais adiante.”

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Em uma semana, Vichi estava entrando na sala de cirurgia para uma operação que duraria 12h, incluindo a retirada do tumor e a reconstrução das duas mamas. “Nem meu filho sabia que eu estava indo fazer essa cirurgia. Senti que, se eu o visse preocupado, pela nossa forte ligação emocional, também ficaria abalada. Então dividi só com meu marido, com meu pai e com meus dois sócios. Caso algo acontecesse, eles teriam que estar preparados.”

A cirurgia aconteceu em agosto, enquanto a CEO negociava a venda de parte da sua empresa para a Nestlé, anunciada menos de um mês depois. “Sempre fui disciplinada e planejada, mas neste momento tive que aprender a viver um dia de cada vez. Estava vulnerável e precisava de alguém até mesmo para arrumar meu cabelo”, conta. Uma complicação na cicatrização a impediu de movimentar o braço direito por um período, então a tal vulnerabilidade que se fala hoje era real.

Falar do câncer de mama foi “promessa”

Mas ao menos um plano surgiu dessa história. Como muitas mulheres que passam por essa doença, Vichi quer usar seu alcance e influência para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, de ficar atenta às alterações que podem ajudar a identificar o surgimento da doença precocemente e de tomar decisões rápidas no tratamento. “O fato de eu estar acompanhando a cada seis meses com exames por conta de uma alteração no tecido da mama foi o que me deu chances de tratar rapidamente”, diz. Segundo os médicos que acompanham seu tratamento, ela está com 98% de chances de cura total.

No caso específico de Vichi, como ela já tinha um motivo de alerta por conta da tal “área de realce” em uma das mamas, os exames deveriam ser feitos semestralmente e não a cada ano, como geralmente acontece com mulheres a partir dos 40 anos. Além disso, por se tratar de um tumor que cresce rapidamente, foi muito importante o autodiagnóstico e o pedido de novos exames. “Eu percebi uma espécie de inchaço que não estava acostumada e liguei imediatamente para a médica que me acompanha. Isso foi um ponto muito importante e me proporcionou tomar uma decisão rápida.”

Agora, Renata Vichi aproveitou os eventos do Outubro Rosa, em que se fala e traz informações sobre o câncer de mama, para anunciar o que viveu e começar uma campanha pessoal para alertar mulheres sobre a importância do autodiagnóstico e do acompanhamento médico, que deve se intensificar após os 40 anos (ou antes, dependendo do histórico familiar de câncer de mama e ovários). “Teve uma promessa que eu fiz antes de entrar na sala de cirurgia, que era iniciar uma campanha de conscientização para que as mulheres tenham oportunidades de cura.”