As redes sociais são uma ferramenta poderosa para impulsionar a carreira. Elas ajudam a promover nosso trabalho, nos destacar como autoridade em nossas áreas e fazer conexões com potenciais parceiros, clientes e empregadores.
No entanto, as mulheres que compartilham a sua experiência profissional nas redes sociais frequentemente recebem menos engajamento e oportunidades do que os homens.
Com alguns cliques, podemos mudar isso, o que começaria a desafiar a tendência da sociedade de olhar mais para os homens em busca de conhecimentos especializados.
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Gap de gênero nas redes sociais
Um estudo de 2019 conduzido por pesquisadores de grandes universidades americanas mostra que, embora as mulheres especialistas em determinadas áreas tivessem um número semelhante de postagens no X (antigo Twitter) ao dos seus colegas homens e seguissem um número semelhante de pessoas, elas tinham, em média, metade do número de seguidores. Os especialistas homens também tinham quase o dobro de curtidas e compartilhamentos.
Mulheres que entrevistei para o meu livro, “Over the Influence: Why Social Media is Toxic for Women and Girls – And How We Can Take It Back” (Além da Influência: Por que a Mídia Social é Tóxica para Mulheres e Meninas – E Como Podemos Reverter Isso”), publicado em março, também se queixaram disso. Elas viam suas postagens sendo ignoradas, enquanto os posts de seus colegas, que abordavam os mesmos temas, eram compartilhados nas redes.
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Homens têm mais benefícios profissionais ao usar as redes
Não é de se surpreender, portanto, que os homens pareçam obter maiores ganhos profissionais com a sua presença nas redes sociais. Em uma pesquisa de 2021, médicos relataram receber mais oportunidades de palestras e pesquisas como resultado do uso das mídias sociais do que as médicas.
Por que essa diferença? Parte do problema é que os homens são vistos como autoridade em nossa sociedade. Como a filósofa Kate Manne escreve em “Entitled: How Male Privilege Hurts Women” (Como o privilégio masculino prejudica as mulheres), muitos homens ainda se consideram na “posição de quem conhece por padrão: aquele que fornece informações, correções e dá explicações com autoridade”. As mulheres simplesmente não são vistas da mesma forma.
Mais visibilidade às mulheres nas redes sociais
Uma maneira importante de mudar essas percepções é dar maior visibilidade ao conhecimento das mulheres. Se elas fossem apresentadas como especialistas nos nossos feeds com mais frequência, suas experiências poderiam ser consideradas tão valiosas quanto as dos homens.
Empregadores devem aumentar a visibilidade das suas profissionais em todos os níveis, compartilhando as suas postagens nas redes sociais nos canais corporativos oficiais (com a permissão delas, é claro).
Os usuários também devem reconhecer essa disparidade e seguir e compartilhar mais ativamente as postagens de mulheres.
Também existem razões pelas quais muitas decidem não postar sobre determinados assuntos. “Não quero receber críticas violentas”, disse a Dra. Jane Zhu, principal autora do estudo de 2019, em uma entrevista para o meu livro. “Minhas colegas que são ativas nas redes sociais podem fazer um comentário, e, se ele não cair bem, elas recebem muito ódio.”
Para resolver isso, as redes sociais precisam cumprir os padrões da sua comunidade. Não é difícil encontrar postagens odiosas e misóginas que violam as regras nas principais plataformas. “Sempre que vejo um conteúdo que possa estar violando os termos de serviço, eu denuncio”, escreve Nina Jankowicz no seu livro “How to Be a Woman Online: Surviving Abuse and Harassment, and How to Fight Back” (Como ser uma mulher no online: sobrevivendo ao abuso e ao assédio e como revidar). “Quando as plataformas respondem, geralmente é para me dizer algo como ‘sentimos muito, mas não encontramos nenhuma violação dos termos’.”
Ela diz que outras pessoas relatam o mesmo, o que é um desincentivo para as mulheres opinarem sobre temas polêmicos ou controversos, por exemplo.
Existe uma maneira simples de começar a corrigir a menor visibilidade das mulheres especialistas nas redes sociais: comece a seguir mais mulheres hoje e compartilhe os posts interessantes para você.
Se cada um fizer a sua parte, podemos ajudar a acabar com os vieses que fazem com que apenas os homens sejam vistos como autoridades.
*Kara Alaimo é colaboradora da Forbes US. Ela é professora de comunicação na Universidade Fairleigh Dickinson, nos Estados Unidos, onde estuda o impacto das redes sociais em meninas e mulheres.