De acordo com a companhia têxtil, que em nove décadas de atuação já foi responsável pela oferta de outros tipos de acabamentos com tecnologia de ponta, como antimicrobiano, antimosquisto (na época do surto do Zika) e antiodor, o Bio Protect by Santista já está sendo utilizado em 95% da linha workear e no portfólio de sarjas coloridas e, em breve, vai ser incorporado também ao denin (jeans).
Para dar sequência aos planos, a Santista recorreu à Nanox Tecnologia, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de produtos por sínteses inorgânicas, principalmente com nanotecnologia, como polímeros, embalagens e tecidos. Em parceria com a academia – Universidade Jaime I, na Espanha, UFSCAR e ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) –, a empresa então aperfeiçoou uma solução já existente com nanopartículas especiais de prata para que, uma vez aplicada ao tecido, inativasse também o Sars-CoV-2, responsável pela Covid-19.
“O produto foi testado com a cepa do vírus isolado no Brasil pelo Hospital Albert Einstein”, explica Guilherme Tremiliosi, head de desenvolvimento têxtil da Nanox. Em quatro meses, a força-tarefa colocou o produto no mercado. Além de inativar o vírus do novo coronavírus em três minutos, o tecido ainda protege contra bactérias, como a Staphylococcus aureus, fungos, como o causador da candidíase, tem a função antiodor e é alergênico.
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No que diz respeito à durabilidade, Inácio Silva, da Santista, diz que os primeiros testes já garantem 30 lavagens sem perder a eficiência. “Isso não significa que na 31ª lavagem o tecido não protege mais, mas que precisamos dar continuidade às testagens”, diz ele, explicando que o objetivo é poder garantir cerca de 50, que significaria quase um ano de proteção se consideramos lavagens uma vez por semana. Já sobre o preço, o executivo diz que o acabamento pode representar de 20% a 25% de custo extra dependendo da base. Sem revelar nomes, ele diz que, atualmente, estão em produção encomendas feitas por clientes dos segmentos hospitalar, agro e químico.
Tanto a Santista quanto a Nanox dizem que vão continuar investindo pesado em pesquisa e desenvolvimento para a oferta de soluções capazes de oferecer níveis cada vez maiores de proteção. A indústria têxtil, por exemplo, diz que o próximo passo é combinar os tratamentos antiviral e repelente, que a indústria já usa, para testar a performance.
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