No próximo ano, a empresa prevê o maior número de empreendimentos de sua história de 41 anos na cidade de São Paulo, com oito projetos a serem lançados com valor geral de venda em torno de R$ 1,1 bilhão. O tipo de imóveis com maior procura mudou desde o início da crise, com maior demanda por espaços onde seja possível trabalhar e morar, bem como prédios com funcionalidades que apoiem a vida na pandemia.
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Neste contexto, a empresa está analisando formas de se aproximar ainda mais do ecossistema de startups. “É um estudo que estamos fazendo. Eu e o [fundador e diretor presidente da companhia] Antônio Setin tratamos disso pessoalmente, e a inovação é uma conversa quase que diária, parte da nossa rotina”, diz a executiva, em entrevista à Forbes. “Óbvio que muitas vezes a gente esbarra em aspectos como custo, mas estamos sempre com esse olhar, de trazer a inovação para os nossos produtos”, pontua.
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A VOLTA DO HOME OFFICE
“As pessoas buscam um contato maior com o sol, com a natureza, com varandas e dormitórios maiores, com áreas verdes de uso comum e ambientes de coworking [nos prédios] no caso de apartamentos menores”, ressalta.
O ambiente de home office, que era presente há mais de uma década nos projetos de apartamentos e havia se perdido em anos recentes, voltou com força, segundo Bianca: “Hoje, com a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar e a adoção massiva do home office, adequamos nossos produtos pensando nesse espaço específico”, aponta.
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Para além da disposição dos apartamentos, a Setin oferece incrementos tecnológicos para seus clientes que vão de características padrão em certos empreendimentos, como fechaduras biométricas e tomadas USB, até a automação total de itens como persianas e integração de som e TV.
Nos espaços comuns, a ideia é trabalhar com a Hubert, que administra muitos dos negócios da Setin, e expandir o uso de portaria digital e assembleias digitais, com funções disponíveis ao morador através de um app. Lockers inteligentes, também operados pelo celular, estão sendo implementados nos prédios para responder ao aumento no uso de serviços de delivery e a demanda por serviços sem contato.
No entanto, segundo Bianca, a empresa é cautelosa quando o assunto é trazer tecnologia de ponta para seus empreendimentos: “Quando falamos em tecnologia hoje, o maior entrave é o custo de aplicação destes produtos”, diz a executiva, referindo-se a considerações como o valor destes itens, o repasse destes gastos ao consumidor e o retorno no investimento.
Segundo Bianca, a Setin atravessou uma transformação digital significativa nos últimos meses no que diz respeito às vendas dos apartamentos, com a jornada de compra acontecendo de forma cada vez mais virtual e incluindo a assinatura digital de contratos – neste último estágio, a empresa está testando o uso de blockchain, apesar dos entraves relacionados a cartórios preparados para utilizar a tecnologia.
“Hoje consigo fazer uma venda 90% digital – o processo só não é feito inteiramente desta forma porque o cliente ainda quer ver o apartamento pessoalmente”, aponta a COO da companhia, ressaltando que mesmo com a necessidade desta visita pessoal, a empresa disponibiliza tours virtuais, com imagens 3D de alta qualidade.
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“Espero que daqui um ano a gente consiga aumentar o nosso percentual de vendas online. Esse é o nosso maior desafio, aumentar a transformação [nesta área do negócio]”, diz a executiva, acrescentando que a digitalização da força de trabalho é um processo em andamento. “Estamos com equipes bem formadas nesse sentido, mas é uma evolução diária.”
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC e outros.
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