QuintoAndar vale US$ 4 bi com nova rodada e inicia internacionalização

28 de maio de 2021
Divulgação

Os fundadores da proptech, Gabriel Braga e André Penha: oportunidades em fintech

A proptech QuintoAndar anunciou hoje (28) um aporte série E de US$ 300 milhões liderado pelo fundo Ribbit Capital que quadruplicou seu valor de mercado para US$ 4 bilhões e vai impulsionar a expansão da empresa fora do Brasil, começando pelo México.

O novo investimento, que é a quinta rodada do QuintoAndar desde sua fundação em 2013, também contou com os fundos SoftBank Latin America Fund, LTS, Maverick, Alta Park, Dragoneer, Qualcomm e Kaszek Ventures. Além disso, uma gestora norte-americana de ativos diversificados com mais de US$ 2 trilhões sob administração participou do investimento, mas decidiu ficar anônima.

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A transação, que levou algumas semanas para ser concluída, recebeu o dobro da demanda esperada, segundo o cofundador e CEO da empresa, Gabriel Braga. A escolha do Ribbit para lidar o aporte tem a ver com a tradição no segmento financeiro do fundo do Vale do Silício, que tem empresas do segmento como Nubank, Guiabolso e ContaAzul em seu portfólio.

“[O Ribbit], especificamente, é um fundo que gostamos muito, e é muito conhecido por sua atuação em serviços financeiros, uma área em que queremos investir bastante”, diz o fundador, em entrevista à Forbes. “Já temos produtos como antecipação de aluguel e seguros, e vemos muitas oportunidades nessa intersecção entre o mercado imobiliário e fintech.”

Com o novo capital, a QuintoAndar deve investir em inovações em sua plataforma, que tem mais de R$ 50 bilhões de ativos sob gestão, e mais de 100 mil contratos de aluguel ativos em São Paulo e outras dez capitais brasileiras. Com base em um motor de crédito que utiliza análise avançada de dados, a empresa dispensa garantias como fiador ou depósito.

Segundo Braga, a meta é trazer grandes novidades com o auxílio de tecnologia também para o mercado de compra e venda, segmento em que a startup entrou no fim de 2019. Desde então, a startup diz ter vendido mais de 1.000 imóveis através de sua plataforma em um processo 100% digital e atualmente tem mais de 60 mil propriedades anunciadas.

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A expansão no México, mercado que a startup enxerga dores parecidas com as do setor imobiliário no Brasil, será capitaneada por um mix de especialistas brasileiros e talento local. Além disso, o novo aporte também deve impulsionar um aumento na força de trabalho da empresa, que já emprega mais de 2.000 funcionários no Brasil.

Apesar de estar em uma posição “confortável” com a nova injeção de capital, que vem um ano e oito meses desde o último aporte que conferiu à empresa um valor de mercado de US$ 1 bilhão, Braga não descarta uma nova captação em um futuro próximo.

“Há uma grande oportunidade no mercado, e outras coisas que vamos querer realizar, então [um novo aporte] vai depender de como as coisas fluírem internamente e da abertura da comunidade investidora”, aponta, acrescentando que uma abertura de capital está nos planos da empresa, mas não para o próximo ano.

A instabilidade socioeconômica do Brasil em meio à pandemia da Covid-19 não parece intimidar investidores – muito pelo contrário. Com base em sua própria jornada empreendedora, Braga nota que há uma grande mudança em curso em relação a atitudes de fundos estrangeiros sobre o ecossistema de startups brasileiro.

“Quando nós começamos, era muito difícil explicar as nuances do mercado brasileiro [aos investidores]. Hoje, com startups crescendo significativamente, estamos vendo mais aportes, tíquetes mais altos, além de uma maior confiança para investir, apesar do cenário complexo em termos macroeconômicos”, pontua o empreendedor.

Sobre a competição entre imobiliárias digitais, segmento em que a QuintoAndar é uma das precursoras, Braga não se mostra preocupado, dada o rápido crescimento da oferta da startup nos segmentos de aluguel e venda: “Demorou um pouco até que as coisas começassem a ganhar tração para nós. Uma vez que isso aconteceu e todos viram o impacto que causamos no mercado, múltiplas empresas surgiram e isso é normal, já que há grandes problemas e oportunidades nesse mercado”, aponta o fundador.

“Acredito em um movimento de convergência: se você estiver tentando vender ou alugar seu imóvel, você buscará um lugar em que existe a demanda, e se estiver buscando comprar ou alugar, vai querer ver o maior estoque de imóveis possível. Neste cenário, haverá uma concentração da demanda no maior player do mercado”, finaliza.

Angelica Mari é jornalista especializada em inovação e comentarista com duas décadas de atuação em redações nacionais e internacionais. Colabora para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC e outros. Escreve para a Forbes Tech às quintas-feiras

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