Com o objetivo de aproximar os potenciais da chamada Web3 do marketing, bem como os conceitos e tecnologias derivados desse universo que inclui blockchain e descentralização, os empreendedores Pedro Del Priore, Paulo Martinez e Marcos Brabo, sócios da Agência Ginga, criaram a GIRA.DAO. A empresa, que oficialmente está sendo chamada pelos fundadores de ecossistema, terá como premissa as dinâmicas de uma Organização Autônoma Descentralizada (DAO) onde as quatro operações atuam em rede e de forma colaborativa.
O conceito de DAO deriva de 2015 e tem base na tecnologia blockchain, ele chegou a ser definido por especialistas, em 2015, como “uma mudança de paradigma na própria ideia de organização econômica, oferecendo completa transparência, controle total aos participantes, flexibilidade sem precedentes e governança autônoma”.
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No ecossistema da GIRA.DAO se estabelecem quatro empresas: Ginga, agência de publicidade integrada, que une estratégia e criatividade na construção de marcas contemporâneas. Diva, consultoria ágil de inovação, transformação digital e CX (Customer Experience). Signa, consultoria ágil de branding, design e UX (User Experience e a Trespontozero.io, consultoria especializada em educação, estratégia, criação e execução de projetos na Web3 e responsável pela constituição e implantação de governança da GIRA.DAO.
Pedro del Priore explica que o projeto “é uma nova proposta de atuação para construção e comunicação de marcas”. Martinez reforça que “o propósito principal da GIRA.DAO é “criar um ambiente plural, propício para a criatividade e inovação com uma operação flexível e colaborativa para solucionar os desafios da comunicação e do marketing contemporâneos”. Brabo, por sua vez, afirma que “o modelo representa uma abordagem muito mais moderna e inclusiva para responder a essas mudanças, com um ecossistema que permite que diferentes talentos se conectem e colaborem com seus conhecimentos e perspectivas para construir projetos de sucesso.”
Dinâmicas de uma DAO
A Gira.Dao já nasce com algumas marcas como parceiras, entre elas Animale, Burger King, Even Construtora, Mercado Livre e Polenghi. As empresas do ecossistema têm ainda como sócios David Galasse, que é head de branding e design da SIGNA, e outros quatro sócios da Trespontozero.io: o diretor de Estratégia e Negócios Thomas Rebergue, o especialista em Web3 Pedro Ivo Bruder, o designer, artista e especialista em Web3 Hirokazu Shimabukuro e o especialista em inovação, empreendedorismo e design de serviços Marcelo Nicolau.
O processo de concepção e implementação da DAO foi realizado pelo time de especialistas em Web3 da Trespontozero.io. A primeira etapa prevê a entrada de cerca de mil pessoas na comunidade em 12 meses entre colaboradores fixos e rede de talentos, que, por meio dos tokens de governança $GIRA e NFTs, terão poder de voto e coparticipação em diversas decisões da organização, suas empresas e projetos. As etapas seguintes incluem a abertura pública para qualquer profissional que deseje fazer parte, com a possibilidade de participar dos projetos da DAO e de sugerir novas ideias de empresas e soluções, recebendo recompensas e coparticipação conforme o grau de envolvimento.
Afinal, o que é uma DAO?
Com a Web3 e os NFTs ganhando cada vez mais popularidade, compreender conceitos relacionados a essas tecnologias tem sido cada vez mais importante. E um deles é o DAO. Abreviação de organização autônoma descentralizada, em tradução literal. De acordo com Raphael Kling, da BrasilNFT, as DAOs são, “essencialmente, um grupo de pessoas com objetivo comum organizado sem uma liderança central que usa a rede blockchain para a tomada de decisões.”
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Qual a relação entre DAO e NFT?
“Elas podem apresentar múltiplos modelos de organização e de decisão democrática e participativa. Seja com um sistema de NFTs atuando como um identificador digital (cada membro da DAO dá um voto), com tokens de decisão (quanto maior o número de tokens, maior o peso) ou ainda incluindo mecanismos que permitam um balanceamento entre poder econômico e identidade.”
Exemplos práticos de DAOs
“Temos alguns exemplos bem-sucedidos e outros nem tanto. No ano passado, foi organizada uma DAO para comprar o NFT do filme Duna que tinha como proposta desenvolver filmes derivados e games sobre o universo. No entanto, o grupo não se atentou ao fato de que o asset adquirido não cedia direitos autorais, por exemplo. Entre as bem-sucedidas temos a CO92 DAO que já levantou US$ 4 bilhões para adquirir o time de futebol americano Denver Broncos. Tem também a Krause House DAO que está em US$ 1,5 bilhão para adquirir uma franquia e poder montar um time próprio para disputar a NBA.”
Em médio e longo prazo as DAOs trazem oportunidades de negócios?
“Vejo muito potencial para outro tipo de modelo como de crowdfunding participativo em uma operação fracionária. Nos últimos anos, tem se falado muito sobre tokenização de ativos imobiliários, por exemplo. Em um prédio com 100 apartamentos, teremos múltiplos tokens dessas propriedades e a remuneração por cada um deles. Outra forma poderia ser uma DAO que seria a proprietária de toda a infraestrutura e tomaria as decisões de forma descentralizada, além de remunerar os donos dos tokens de acordo com as regras estabelecidas.”