Um suposto agente do Estado Islâmico nos EUA estava planejando matar George W. Bush, indo tão longe a ponto de viajar para Dallas em novembro para filmar a casa do ex-presidente e recrutar ajuda de uma equipe de compatriotas que ele esperava trazer para o país pela fronteira mexicana, de acordo com um pedido de mandado de busca do FBI apresentado em 23 de março e aberto esta semana no distrito sul de Ohio.
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O caso mostra como os investigadores federais continuam monitorando as ameaças do Estado Islâmico, mesmo que o grupo tenha sido severamente enfraquecido pela inteligência americana e pelas operações militares nos últimos anos. Ele também mostra como o FBI, apesar de suas alegações de ser impedido de investigar grandes crimes por causa do uso de criptografia da Meta e de outros provedores de tecnologia, conseguiu contornar a segurança do WhatsApp usando o policiamento das antigas com informantes e rastreando o metadados que podem obter da empresa de mensagens.
O suposto cabeça da trama estava nos EUA desde 2020 e tinha um pedido de asilo pendente, de acordo com o pedido de mandado de busca do FBI. Agentes federais usaram duas fontes confidenciais diferentes para investigar a trama, uma que alegou oferecer assistência na obtenção de documentos falsos de imigração e identificação, a segunda um suposto cliente do suposto coiote, que estava disposto a pagar milhares de dólares para trazer sua família para o país.
(Como nenhuma acusação foi feita contra o suspeito, a Forbes não vai publicar seu nome nem o mandado completo. Não está claro se ele foi preso. Nem o Departamento de Justiça nem o escritório de Bush responderam aos pedidos de comentários no momento da publicação.)
O suposto conspirador alegou fazer parte de uma unidade chamada “Al-Raed”, que significa “Trovão”, que era liderada por um ex-piloto iraquiano de Saddam Hussein que estava baseado no Catar até sua morte recente, disse o mandado. Cerca de sete integrantes do grupo seriam enviados aos EUA para matar o presidente Bush, de acordo com uma conversa descrita no mandado, e o trabalho do suspeito era “localizar e conduzir vigilância nas residências e/ou escritórios do ex-presidente Bush e obter armas de fogo e veículos para usar no assassinato”.
Depois de viajar para Dallas com o informante para filmar a residência de Bush, o acusado fez mais imagens no Instituto George W. Bush, segundo agentes federais. A cidade do Texas foi o local do assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963.
Bush, um republicano que foi notícia na semana passada quando inadvertidamente se referiu à invasão do Iraque pelos EUA em um discurso sobre a invasão russa da Ucrânia, foi presidente de 2001 a 2009.
Em uma conversa com uma fonte confidencial do FBI, o suspeito disse que planejava levar quatro homens iraquianos localizados no Iraque, Turquia, Egito e Dinamarca para os EUA, de acordo com o mandado. Em uma conversa posterior, ele afirmou que um dos quatro era “o secretário de um ministro das finanças do Estado Islâmico”, disse o FBI. O suposto contrabandista descreveu os homens como “ex-integrantes do Partido Baath no Iraque que não concordavam com o atual governo iraquiano e eram exilados políticos”, disse o FBI. Ele planejava cobrar US$ 15 mil para cada pessoa trazida para os Estados Unidos, disse o FBI. O Partido Baath era a organização política de Hussein, que foi deposto na invasão dos EUA em 2003.
Espionando o Estado Islâmico via WhatsApp e localização móvel
Como parte de seu monitoramento dos supostos conspiradores, o FBI recebeu recentemente permissão para adquirir informações de localização móvel da empresa de telefonia AT&T. Ele já havia usado o que é conhecido como “registro de caneta” na conta do WhatsApp que se acredita pertencer ao principal suspeito, ajudando-os a determinar com que frequência a conta foi usada, com quais números estava entrando em contato e se estava ou não ativa.
Embora o suspeito parecesse convencido de que sua conta do WhatsApp era segura, ele não sabia que os investigadores podiam ver todas as mensagens enviadas às fontes confidenciais. Tampouco sabia que a partir de outubro estava usando um telefone que lhe foi dado pelo informante a pedido do FBI. O informante observou que o alvo era um usuário astuto do WhatsApp e fazia parte dos grupos de bate-papo do Baath e do Estado Islâmico no aplicativo. Em outra conversa com um informante, o suspeito alegou ter “estado em comunicações recentes com um amigo no Catar que era um ex-ministro no Iraque de Saddam Hussein que tinha acesso a grandes quantidades de dinheiro” e estava enviando mensagens para ele pelo WhatsApp, o FBI disse.
Ao longo de 2021 e 2022, eles também gravavam secretamente as reuniões pessoais com o suposto conspirador nas quais detalhes adicionais surpreendentes foram revelados, de acordo com o FBI. Em uma conversa de dezembro, de acordo com o mandado, o suspeito alegou ter acabado de infiltrar dois indivíduos associados ao Hezbollah – uma organização terrorista, segundo os EUA – para os EUA por uma taxa de US$ 50 mil cada um.
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