Por Philip Blenkinsop
GENEBRA (Reuters) – A indústria global de tecnologia está pressionando a Organização Mundial do Comércio (OMC) a isentar fluxos de dados das tarifas internacionais, dizendo que não fazer isso prejudicará uma recuperação global já ameaçada.
Keisal Peters, ministro do Comércio de São Vicente e Granada, que lidera as discussões, disse na conferência que as divergências permanecem. Com o passar do tempo, os membros da OMC devem considerar uma reunião extra, acrescentou.
A OMC concordou em 1998 com uma moratória nas tarifas de comércio eletrônico e a estendeu repetidamente em conferências ministeriais que o órgão de comércio realiza a cada dois anos.
Agora, Índia, Indonésia e África do Sul ameaçam bloquear uma nova extensão, disseram fontes próximas às negociações na OMC. Isso eleva a perspectiva de que tarifas possam ser impostas a fluxos de dados como streaming de música e transações financeiras.
Pequenos países em desenvolvimento, alegam, perderiam a chance de aumentar sua competitividade digital.
John Neuffer, presidente-executivo da Associação da Indústria de Semicondutores, disse que fluxos de dados isentos de tarifas são essenciais para países que desejam atrair estrangeiros.
“Ouvimos alarmes de que as coisas estavam com problemas, com muito mais risco de a moratória não ser estendida”, disse Neuffer. O risco é de uma onda de países impor tarifas.
Uma autoridade da UE disse que os países favoráveis a uma extensão da moratória ainda esperam um acordo multilateral. Eles ainda não estavam perto de buscar um plano B.