O objetivo, segundo Fátima, é unir, de forma estruturada, negócios, branding, performance e tecnologia em favor de ampliar as possibilidades de receitas dos artistas e celebridades. “A publicidade, atualmente, segue como uma receita importante, mas é limitada na medida em que precisamos pensar os próprios criadores como marca. Com esse movimento, nosso objetivo é escalar o alcance do nosso casting por meio de estratégia e com base em muita governança”, explica a CEO à Forbes Brasil. O faturamento da Mynd, em 2021, foi de R$ 350 milhões e a estimativa para 2022 é de R$ 550 milhões.
Leia mais: Com NFTs e live-commerce, creator economy vive nova revolução
Marcas nativas digitais
Dentre as possibilidades, está o desenvolvimento das marcas nativas digitais, as chamadas DNVBs, além de infoprodutos, produção audiovisual, licenciamento e inovações como NFT e metaverso. De acordo com José Cirilo, a inspiração vem de movimentos que ocorrem fora do Brasil onde a principal receita de artistas e celebridades passa a ser, propriamente, dos negócios que geram com suas marcas próprias.
Entram na lista casos como a marca Fenty Beauty, da Rihanna, JLo Beauty, da Jennifer Lopez, Rare Beauty, da Selena Gomez e marcas nativas digitais (DNVBs) como Kylie Skin, da Kylie Jenner, Florence by Mills, da Mille Bobby Brown e o Gin Aviation, de Ryan Reynolds. “Somente o mercado de beleza ultrapassa US$ 28 bilhões, sem contar alimentos e outros segmentos. Para sermos uma empresa de bilhões, é necessário olhar nossos talentos como marcas e, sobretudo, prepará-los para o olhar dos fundos de Venture Capital, cada vez mais atento a esse movimento”, explica José Cirilo.
Leia mais: “Já faturei R$ 15 milhões”, diz Gil do Vigor seis meses após o fim do BBB
“A Mynd já vinha desenvolvendo projetos de collab e licenciamento para diversas marcas e talentos, mas com este modelo estruturado e processos unificados, vamos alcançar um novo patamar de negócios oferecendo volume e escala para as marcas e criadores de conteúdo. A ideia é trabalhar com foco a médio prazo no IPO dos influenciadores que tiverem as melhores performances”, conclui Cirilo.
Além do tradicional
Carlos Scappini, sócio, COO e responsável pela área comercial da Mynd, explica que a premissa da agência sempre foi de não estacionar nas áreas de domínio e buscar novas formas de atuação. “Quando percebemos as oportunidades em desenvolver novas linhas de negócios e ampliar toda essa potência que já temos dentro de casa, que são os creators, fica ainda mais clara a necessidade de seguir com essa estratégia”, explica.
Para Fátima Pissarra, a empresa foi construída para estar sempre preparada para seguir direções rápidas e tomar decisões assertivas dentro de um mercado em constante transformação. “Eu comecei minha carreira com a internet, então a velocidade de inovar e acompanhar as novas tendências do mercado está no meu DNA e no da Mynd, que desde o início foi desenhada para chegar a essa estrutura de trabalhar os influenciadores como produtos e ter linhas de negócios diversificadas além da publicidade, como verdadeiras marcas com longevidade e rentabilidade, trazendo grandes executivos do mercado para liderarem com a gente essa mudança”, diz.
Novas lideranças
Além disso, a área de inovação da Mynd, liderada por Day Carvalho, segue buscando sinergia entre os influenciadores e novos modelos de negócio já existentes no mercado, mas ainda pouco explorados no universo do marketing de influência. Já o departamento responsável pela comercialização de publicidade para os criadores de conteúdo, comandado por Thaís Semer, continua trabalhando sendo um dos braços de receita dos influenciadores.
Leia mais: “Interação entre audiência e influência já vai além das redes”
Dentro dessa nova estrutura, a Mynd desenha suas metas para 2023 avaliando cada linha de negócio separadamente. Carlos Scappini acrescenta: “Dentro da área de publicidade com influenciadores e projetos de marketing de influência, a Mynd vem crescendo mais de 50% a cada ano. Entregamos um faturamento de R$ 350 milhões em 2021 e para 2022 nossa projeção é de chegar a R$ 550 milhões, pois o mercado está em franca expansão e só vai crescer”.