“Acredito que é importante que a polícia antecipe as mudanças na realidade em que deve fornecer segurança e proteção”, diz a diretora-executiva da Europol, Catherine De Bolle.
“O metaverso trará novas formas de interação e novos mundos virtuais para viver, potencialmente transformando nossas vidas, assim como a internet fez nas últimas três décadas”.
A lavagem de dinheiro também será um risco, com criptomoedas já sendo usadas para esses fins e moedas específicas da plataforma que provavelmente surgirão.
Enquanto isso, diz a Europol, os ataques do tipo ransomware podem ser particularmente eficazes.
“Considerando a crescente importância dos ativos digitais no metaverso, perder o acesso a eles pode ser particularmente debilitante”, alerta o relatório. “Se essa perda for no XR, onde o virtual se mistura com o mundo real, essa perda pode ter consequências ainda maiores.”
De fato, isso já está acontecendo, com uma mulher relatando recentemente que, minutos depois de ingressar no Meta’s Venues, ela foi ‘praticamente estuprada por uma gangue’.
Experiências como essa serão muito mais traumáticas à medida que a experiência do metaverso se tornar mais realista — de fato, em algum momento, alerta a Europol, eventos virtuais podem se tornar tão impactantes quanto os do reino físico.
“Será importante ter uma ideia clara do que deve ser considerado comportamento criminoso no metaverso e ter leis correspondentes para fornecer os meios para processar essas transgressões”, diz o relatório.
Policiar tudo isso não será fácil — afinal, a internet de hoje já é bastante difícil. Alguns países já estão investindo em policiamento online, como Estônia, Dinamarca, Noruega e Suécia. A Noruega, por exemplo, opera ‘Nettpatrulje’, ou patrulhas de internet, em várias plataformas de mídia social, jogos e streaming.
No entanto, recursos limitados não permitirão ‘bobbies na rua’ em todas as plataformas e espaços que devem surgir se o metaverso decolar como planejado. A aplicação da lei precisará descobrir como ser o mais acessível possível e trabalhar para ganhar a confiança dos usuários.
É vital, diz a Europol, começar a abordar essas questões imediatamente, ressaltando que adaptar um sistema a novos requisitos é muito mais difícil do que construir salvaguardas desde o início.
“Estar em conversação ativa com os principais atores que desenvolvem as plataformas metaverse é, portanto, essencial, pois permite que ambos os lados obtenham um melhor entendimento para ajudar a tornar a plataforma um local seguro e adaptar a legislação e a aplicação da lei ao desafio”.