O que justifica o investimento da Microsoft na OpenAI?

25 de janeiro de 2023
Getty Images

A Microsoft está se aproximando de uma participação de 49% na OpenAI.

A mensagem foi clara. Satya Nadella, CEO da Microsoft, já revelou o desejo e a estratégia da companhia de embarcar inteligência artificial, em especial o sistema conversacional ChatGPT, em todos os seus produtos. E essa intenção vem se resumindo em ação. Na segunda-feira, (23), a companhia confirmou um novo investimento que, segundo alguns meios se aproxima de US$ 10 bilhões, na OpenAI, organização dona do ChatGPT. Há quatro anos a empresa investe no projeto e já havia aportado US$ 1 bilhão em 2019.

A startup cofundada por Elon Musk e o investidor Sam Altman desenvolveu um supercomputador para dar suporte ao desenvolvimento da IA que vem gerando repercussão nos últimos meses. “Um investimento multibilionário de vários anos”, escreveu a empresa anunciando o início da terceira fase da parceria.

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A Microsoft está comprometendo mais recursos para se manter na vanguarda da inteligência artificial por meio da chamada IA generativa, tecnologia que pode aprender a criar quase qualquer tipo de conteúdo simplesmente a partir de um ‘prompt’ de texto. O ChatGPT, que produz prosa ou poesia sob comando, ganhou, no ano passado, grande atenção no Vale do Silício.

A empresa começou a adicionar a tecnologia da OpenAI ao seu mecanismo de busca Bing, que pela primeira vez em anos está sendo discutido como potencial rival do Google, líder do setor. O movimento ocorre uma semana após a informação de que a empresa planeja demitir 11 mil funcionários em função do ambiente macroeconômico para a indústria de tecnologia.

De acordo com Marcell Almeida, CEO da escola de produtos digitais PM3, o investimento da Microsoft é decisivo para posicionar a empresa como líder em IA. “Esse tipo de movimento é bem comum e aconteceu em todos os ciclos de empresas de tecnologia. Em algum momento elas fazem apostas mais agressivas que estão à frente do seu tempo e voltavam atrás. Em um momento de contração da economia as empresas precisam ‘gastar balas’ de maneira mais eficiente – e é justamente isso que a Microsoft parece estar fazendo”, aponta o especialista.