Um mundo novo no setor bancário

5 de janeiro de 2023
Ilustração: Ciro Girard

Pismo é hoje uma das únicas a atuar oferecendo tecnologia com solução nativa in cloud e de alta escala para grandes players bancários, como Itaú e BTG Mais

Ajudar na transição do mundo velho para o mundo novo com as ferramentas necessárias para que isso seja possível é a grande inovação da Pismo, empresa de tecnologia que fornece uma plataforma completa de processamentos para serviços bancários e pagamentos.

A empresa, fundada em 2016 por quatro empresários experientes no setor bancário, é hoje uma das únicas a atuar oferecendo tecnologia com solução nativa in cloud e de alta escala para grandes players bancários, como Itaú e BTG Mais, além de apresentar “uma forma mais moderna de se relacionar com os clientes”, priorizando a resolução dos problemas, e não contratos longos.

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“Sabemos que o dilema de um grande banco é comprar ou fazer as soluções de tecnologia. Oferecemos um caminho intermediário, uma via em que o cliente não precisa desenvolver toda a camada mais baixa dos processos. Construímos as peças de uma maneira pela qual ajudamos na transição do mundo antigo para o mundo novo”, afirma Daniela Binatti, cofundadora e CTO da Pismo.

Profissional de tecnologia com mais de 25 anos no mercado e passagem por grandes empresas e cargos de liderança, ela hoje é responsável pelo desenvolvimento da plataforma de serviços bancários e de pagamentos da organização.

A Pismo começou na sala da casa dela. Após um período de férias e estudos no Vale do Silício, Daniela decidiu dar uma guinada da carreira profissional em busca de mais qualidade de vida ao lado de suas duas filhas.

Na praia de Pismo, na Califórnia, ela decidiu que iria se dedicar a montar uma empresa diferente – tanto na parte de tecnologia, baseando sua oferta em nuvem, sem as dores de cabeça da gestão de um data center físico, quanto na parte humana, conduzindo uma organização que respeitasse e valorizasse a diversidade de seus funcionários.

A maturidade profissional dos fundadores também é um diferencial na jornada da Pismo, e faz a diferença tanto nos pitches de captação de investimentos quanto no uso desses recursos para impulsionar os negócios.

A última captação (série B) rendeu US$ 108 milhões à fintech. Softbank Latin America Fund, Amazon e Accel lideraram a rodada, que também teve participações da B3, Falabella Ventures e PruVen, além dos investidores anteriores Headline e Redpoint Ventures. “Temos uma operação que vem crescendo bastante. Estamos usando esse dinheiro com muita diligência, especialmente num momento em que o mercado está com outro humor. Esta é a diferença de ser fundador de um empresa já na faixa dos 40 e poucos anos: somos extremamente conservadores e cuidadosos com o uso dos valores”, diz Daniela.

A Pismo conta com 450 funcionários espalhados pelo Brasil, Inglaterra, EUA, Singapura e Índia. Movimenta US$ 138 bilhões em transações, opera 40 milhões de novas contas e 75 mil autorizações por segundo (a empresa não abre o faturamento). “No momento, temos fôlego e queremos concentrar nossos esforços nos clientes que já temos. Atingimos esse volume todo só no boca a boca entre os clientes, o que prova que entregar o melhor produto possível antes de sair vendendo mais do que somos capazes de entregar é um caminho viável”, afirma a CTO. Segundo ela, a Pismo só fará novas rodadas de investimento caso isso seja extremamente necessário. “Não faz sentido gastar dinheiro loucamente sem estar investindo de maneira correta, no lugar correto. Vemos muitas empresas fazendo grandes cortes e com problemas para sobreviver. Estamos planejando com muita diligência para não precisar passar por esses processos traumáticos.”

Entre os sonhos da Daniela e seus sócios, está ajudar a reconstruir o mercado bancário. “Também teria lógica nos apoiarmos em protocolos de 30, 40 anos atrás. Todos os legados antigos precisam ser substituídos por uma tecnologia que faça sentido e que já está disponível.”

*Reportagem publicada na edição 102, lançada em outubro de 2022