LEIA MAIS: Núcleo da Terra desacelera e pode afetar mar, clima e duração dos dias
Esse cinturão de sargaço, estimado em mais de seis milhões de toneladas, dobrou de tamanho de dezembro a janeiro, disse Brian Lapointe, oceanógrafo da Florida Atlantic University, à CNN, e espera-se que atinja a Flórida e o Caribe mais cedo do que o esperado, com algas já avistadas a menos de um quilômetro da Martinica e Key Largo, Flórida.
Segundo dados da Universidade do Sul da Flórida, a quantidade de sargaço no Atlântico no mês passado foi a segunda maior já registrada no mês de fevereiro.
Autoridades da Flórida estão se preparando para que o cinturão de sargaço chegue às costas do Atlântico e do Golfo da região neste verão norte-americano. Quando ele se decompõe, libera sulfeto de hidrogênio no ar e cria um mau cheiro.
LEIA MAIS: Mineração em águas profundas pode atrapalhar comunicação das baleias
Um estudo de 2021 publicado na Clinical Toxicology vinculou um sargassum encalhado em 2018 no Caribe a distúrbios neurológicos, digestivos e respiratórios decorrentes da exposição ao sulfeto de hidrogênio liberado enquanto as algas apodrecem na praia. Os pesquisadores também culparam os encalhes de sargassum em Barbados, Martinica, Porto Rico e Ilhas Virgens por um aumento de “legiões hipóxicas pulmonares, neurológicas e cardiovasculares potencialmente fatais” devido à exposição ao sulfeto de hidrogênio, de acordo com um estudo de 2018 no The Lancet. Depois de outro encalhe no verão passado, as autoridades das Ilhas Virgens dos EUA declararam estado de emergência.
LEIA MAIS: Resíduos de frutos do mar se transformam em produtos diversos
O sargaço também deve entrar no Golfo do México através da corrente do Caribe antes de retornar à costa do Golfo da Flórida, onde as autoridades de Pensacola planejam enterrá-lo sob dunas de areia, caso exceda os valores normais, informou o Pensacola News Journal. Espera-se que o maior efeito seja na Península de Yucatán, no México, bem como nas praias do oeste de Cuba e nas praias do norte da Costa do Golfo da Flórida, de acordo com dados da Administração Oceânica e Atmosférica. Tempestades no Atlântico também podem interromper seu caminho, levando faixas de algas até a Costa Leste na Corrente do Golfo, chegando até a Nova Inglaterra, onde o diretor do Aquário da Associação Maria Mitchell, Jack Dubinsky, disse que carrega peixes tropicais que normalmente não entram em águas mais frias.
Outros pesquisadores levantam a hipótese de que sua expansão pode ser o resultado de mudanças nos níveis de nutrientes decorrentes da agricultura na bacia do rio Amazonas e de temperaturas mais altas da água.
*Brian Bushard cobre notícias de última hora para a Forbes USA.
(traduzido por Andressa Barbosa)