Parlamentares da UE pedem cúpula para controlar IA "muito poderosa"

17 de abril de 2023
Yves Herman/Reuters

A carta dos parlamentares pedia aos países para exercer moderação na busca por IAs muito poderosas

Parlamentares da União Europeia pediram nesta segunda-feira (17) aos líderes mundiais que realizem uma cúpula para encontrar maneiras de controlar o desenvolvimento de sistemas avançados de IA (inteligência artificial), como o ChatGPT, dizendo que eles estão se desenvolvendo mais rápido do que o esperado.

Os 12 membros do Parlamento Europeu, todos trabalhando na legislação do bloco sobre a tecnologia, pediram ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que convoquem uma reunião, e disseram que as empresas de IA devem ser mais responsáveis.

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Os parlamentares disseram que discordavam de algumas das “declarações mais alarmistas” da carta publicada em março pela FLI (Future of Life Institute), que alertava que a IA poderia espalhar desinformação em um ritmo sem precedentes e que as máquinas poderiam “superar em número, ser mais espertas, tornar obsoleto e substituir” os humanos, caso não fossem controladas.

“No entanto, estamos de acordo com a mensagem central da carta: com a rápida evolução de poderosas IAs, vemos a necessidade de uma ação política significativa”, acrescentaram.

A carta exortava os países democráticos e “não democráticos” a refletir sobre os potenciais sistemas de governança e a exercer moderação na busca por inteligências muito poderosas.

Um porta-voz de von der Leyen não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O governo Biden também tem buscado a opinião do público sobre possíveis medidas de responsabilização para sistemas de IA, à medida que surgem dúvidas sobre seu impacto na segurança nacional e na educação.

A Comissão Europeia propôs há quase dois anos o esboço de regras para uma lei direcionada ao setor, no qual as ferramentas de IA devem ser classificadas de acordo com seu nível de risco percebido, de baixo a inaceitável.

Uma comissão parlamentar está debatendo o projeto de lei de 108 páginas e espera chegar a uma posição comum até 26 de abril, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.