Startup conta com robôs para deixar viagens espaciais mais seguras e baratas

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20 de julho de 2023

O primeiro robô da Gitai é um braço robótico de 2 metros capaz de se mover como uma lagarta

A empresa Gitai, com sede em Tóquio, no Japão, está desenvolvendo um pequeno robô, semelhante a um verme, que pode fazer reparos no espaço, bem como executar tarefas na superfície da Lua.

A paixão de Sho Nakanose, fundador e CEO da empresa, pela robótica foi inspirada por uma tragédia: o falecimento de sua mãe, há dez anos. Embora não seja médico, ele ficou obcecado com a ideia de que a nova tecnologia poderia ter tornado as coisas diferentes.

“Na época, pensei fortemente se pudéssemos ter uma nova tecnologia como a extensão das capacidades humanas, eu poderia ter salvado a vida dela”, diz.

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Dez anos depois, o homem de 36 anos canalizou essa trágica inspiração para sua startup japonesa, Gitai. A empresa, que até agora levantou mais de US$ 47 milhões de fundos de risco, como Daiwa Corporate Investment Venture Growth Fund, Mitsubishi UFJ Capital IX e Global Brain CVC Funds, visa construir robôs que possam operar no espaço em uma variedade de missões, incluindo amostragem de solo na Lua. Mas no centro da empresa de Nakanose está uma ideia simples: usar robôs no espaço salvará a vida e a saúde das pessoas.

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Atlas Atlas é um robô que foi criado para realizar tarefas consideradas perigosas para os seres humanos, apesar de não possuir características físicas próximas a de uma pessoa do mundo real, ele realiza movimentos complexos e semelhantes ao dos humanos e foi desenvolvido pela empresa norte-americana Boston Dynamics, especialista em engenharia robótica.more
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É caro e perigoso para as pessoas viver e trabalhar no espaço. Um voo tripulado em órbita ou para a Estação Espacial Internacional, por exemplo, custa a partir de US$ 58 milhões por assento. A viagem espacial também traz muitos riscos para os envolvidos. De acordo com a Nasa, a exposição à radiação provocada por viagens espaciais pode aumentar o risco de câncer, danificar o sistema nervoso central, causando dificuldade para o cérebro se comunicar com os órgãos sensoriais, alterar as funções cognitivas, reduzir a função motora e provocar desafios comportamentais.

Para Nakanose, o uso da tecnologia robótica oferece uma maneira mais acessível e prática de explorar o espaço sem colocar vidas humanas em risco. Ele diz que o objetivo de Gitai é reduzir os custos de mão-de-obra espacial em 100 vezes usando sua tecnologia robótica e mitigar os riscos de segurança enviando os robôs para a órbita em vez dos humanos.

O segundo produto é um rover robótico lunar, que tem aproximadamente o tamanho de um kart e um alcance de vários quilômetros

A startup fabrica atualmente dois produtos. O primeiro é um braço robótico de 2 metros. A máquina é capaz de se mover como uma lagarta e pode “ser equipada com vários acessórios, como furadeiras elétricas, pás e mãos robóticas para realizar uma série de tarefas”, diz Nakanose. Isso poderia reduzir potencialmente a quantidade de vezes que os astronautas precisam fazer caminhadas espaciais para realizar tarefas de manutenção ou reparo em espaçonaves ou estações espaciais.

Seu segundo produto é um rover robótico lunar, que tem aproximadamente o tamanho de um kart e um alcance de vários quilômetros. “Este rover tem a capacidade de navegar e operar na superfície lunar”, diz Nakanose. Isso é importante porque a Nasa se prepara para devolver os humanos à Lua permanentemente.

Gitai não é a única empresa de robótica espacial lá fora. O mercado atual é dominado por empresas como a canadense MDA Space, que criou o braço robótico para a Estação Espacial Internacional, e a Redwire, com sede em Luxemburgo, que fabrica sistemas robóticos para espaçonaves. A demanda por robótica espacial está crescendo e a empresa de análise Grand View Research estima que o mercado total será superior a US$ 5 bilhões até 2027. A demanda se deve à necessidade de “reparo, serviço e manutenção eficientes de satélites geoestacionários”, de acordo com um relatório. pela empresa. “Relação custo-benefício, melhor produtividade e capacidade de desempenho no ambiente espacial extremo são os principais fatores que impulsionam a demanda por tecnologia de robótica espacial”, diz o relatório.