Seria o ChatGPT Enterprise responsável por salvar a receita da OpenAI?

1 de setembro de 2023

De acordo com dados do Statista, o número de usuários ativos do ChatGPT caiu 10% em junho de 2023

O ChatGPT vive alguns desafios. Após ter virado sinônimo de inteligência artificial generativa e ganhado 200 milhões de usuários em dois meses, a plataforma, lançada em novembro do ano passado, lida com uma alta taxa de abandono e queda na eficiência em suas respostas. De acordo com dados do Statista, o número de usuários ativos do ChatGPT caiu 10% em junho de 2023.

Como forma de manter sua relevância e ampliar receitas de assinatura, a empresa lançou a versão ChatGPT Enterprise, com foco corporativo e vários benefícios para as companhias.  Dentre os diferenciais da nova versão estão acesso ilimitado ao ChatGPT 4 e criptografia para garantir segurança no uso de dados, além de algumas garantias contratuais que a OpenAI não utilizará os dados dos clientes para aprimorar seu algoritmo. Atualmente, a ferramenta é usada por 80% das companhias presentes no S&P 500.

“Em uma análise direta, sinaliza um dos primeiros movimentos em direção à uma interação cada vez mais híbrida entre humanos e inteligência artificial, com passagem de bastão constante entre eles. Para os negócios, representa a revolução dos modelos de trabalho, já que a IA incrementa exponencialmente a produtividade dos times: é capaz de fornecer mais assertividade nos atendimentos e exige um novo mapa de processos, influenciando de forma direta a forma como as empresas gerem os recursos disponíveis”, Rodrigo Ricco, fundador e Diretor Geral da Octadesk.

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Ainda de acordo com Rodrigo, em termos práticos, o planejamento de crescimento e de estrutura de uma empresa muda, com a possibilidade de redução de custos e aceleração de receita. “No que tange ao relacionamento com o consumidor, de imediato já temos negócios usando IA para conduzir, seja sozinha ou auxiliando humanos, as interações com o cliente: interpretando perguntas, oferecendo soluções definitivas e resolvendo problemas de forma instantânea.”

Segurança, dados e privacidade

Jonathan Arend, consultor de cibersegurança da Keeggo, consultoria de tecnologia, pontua que a adoção de inteligência artificial e chatbots, como o ChatGPT Enterprise, por empresas, transforma a maneira como empresas operam e interagem com stakeholders. “No que diz respeito a segurança, a princípio a plataforma utiliza protocolos de comunicação, tecnologia de criptografia robustas e acesso por meio de autenticação de multifatores (MFA). No entanto, existem riscos se não for utilizada de forma consciente. Os principais envolvem respostas inexatas e vazamentos de dados sensíveis, suscetíveis a ataques como hacking, phishing, entre outros. Vale reforçar que, no mercado de tecnologia, existem gaps e brechas que tornam dados vulneráveis a ataques de pessoas má intencionadas. Nada é 100% confiável.”

Confira quais cargos devem ser criados pela inteligência artificial:

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