CEO da Microsoft diz que argumento do Google sobre mecanismo de busca é "falacioso"

2 de outubro de 2023
Getty Images

O Google tem procurado mostrar que a razão de seu sucesso é a qualidade de seus produtos, e não o comportamento ilegal

O presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, depôs como testemunha nesta segunda-feira (2) em uma disputa antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra o Google, da Alphabet.

Nadella disse que a Microsoft, que é uma potência tecnológica, tentou tornar seu mecanismo de busca Bing o padrão nos smartphones da Apple, mas foi repelido.

Nadella rejeitou o argumento apresentado pelo Google de que é fácil alterar os padrões nos dispositivos, o chamando de “falacioso”. “Alterar os padrões hoje é mais fácil no Windows e mais difícil no celular”, disse o executivo.

O governo argumentou que o Google, avaliado em mais de US$ 1 trilhão, com cerca de 90% do mercado de busca, pagou ilegalmente US$ 10 bilhões por ano a fabricantes de smartphones como a Apple e operadoras como a AT&T e outras para ser o mecanismo de busca padrão em seus dispositivos. A influência na pesquisa faz com que o Google seja um grande competidor no mercado de publicidade, aumentando seus lucros.

O Google tem procurado mostrar que a qualidade de seus produtos é a razão de seu sucesso, e não o comportamento ilegal.

Nadella tornou-se CEO da Microsoft em 2014, muito depois de a gigante da tecnologia ter enfrentado seu próprio processo federal antitruste. A briga judicial entre as gigantes de tecnologia, que começou em 1998 e terminou em um acordo em 2001, forçou a Microsoft a encerrar algumas práticas comerciais e abriu as portas para empresas como o Google.

Uma vez que o Google, fundado em 1998, tornou-se um mecanismo de pesquisa líder do setor, as duas empresas tornaram-se rivais ferrenhas. Ambas têm navegadores, mecanismos de pesquisa, serviços de email e uma série de outras sobreposições.

Recentemente, as companhias se tornaram rivais em inteligência artificial, com a Microsoft investindo na OpenAI e o Google criando o chatbot de IA Bard, entre outros investimentos.