“Os produtores tiveram excelentes produções e rentabilidades nas safras 2019/2020 e nesta, com patamares muito parecidos. Para a próxima, a decisão do produtor de aumentar a área está pronta, com investimentos em insumos já feitos”, diz André Pessoa, presidente da Agroconsult, consultoria que realiza todos os anos o Rally da Safra, em sua 18ª edição.
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A surpresa com os números alentadores da soja, e que deixam os agricultores ainda mais alvoroçados por conta dos bons preços na exportação prevista pela Agroconsult em 34,3 milhões de toneladas, é que esta safra prometia números menos vistosos em todo o País. Dois fatores pesavam contra: a falta de chuvas durante o plantio e o excesso delas no período de colheita, justamente o contrário do esperado.
Mas o aumento de área, de 1,6 milhão de hectares, e uma excelente luminosidade que fez com que o grão da soja se desenvolvesse melhor e com maior peso, reverteram o quadro. Somente em Mato Grosso o aumento de área foi de 350 mil hectares. “Os produtores foram persistentes. Mais da metade da área do Norte de Mato Grosso foi plantada em 15 dias, levando a uma concentração da colheita”, afirma o engenheiro agrônomo André Debastiani, analista de mercado da Agroconsult. “Também foi uma safra com forte expansão em áreas marginais, como as periferias e áreas de pastagens.” O Mato Grosso colheu 57,9 sacas, por hectare, ante 60 sacas na safra anterior.
Boas surpresas
No caso baiano, as chuvas caíram no limite até o fim de janeiro e depois se normalizaram. Pelo segundo ano consecutivo, ela é a campeã de produtividade. Foram 67 sacas por hectare, ante 63,3 sacas na safra passada. “Essa produtividade é destaque em todas as edições do Rally da Safra. É a maior produtividade do Brasil”, afirma Debastiani.
No Rio Grande do Sul, a surpresa veio da pouca interferência do fenômeno da La Ninã, mesmo com metade da semeadura realizada no fim de novembro e dezembro, período de altíssimo risco. Os gaúchos registraram a segunda maior produtividade do País: 57,9 sacas por hectare, ante 37,1 sacas no ciclo anterior em que houve quebra de safra.
Mais recordes no campo
“Essas lavouras de alto rendimento estão espalhadas por todo o País, do Rio Grande do Sul ao Maranhão, e não estão associadas ao tamanho das propriedades”, diz Pessoa. “É um conjunto de fatores que leva a essa produtividade, como numa orquestra bem afinada de manejo de pragas e doenças, nutrição, uso adequado de maquinário e escolha correta de variedades da soja.”
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