O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, disse à Reuters que o acordo será de grande auxílio ao setor, pois permitirá o aumento da troca de informações com a China, destino de cerca de 35% do algodão brasileiro na atual temporada.
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Além deste, a Abrapa pretende fechar acordos com outras entidades chinesas e demais países compradores de algodão na Ásia, acrescentou Busato.
Atualmente, o Brasil é o segundo maior fornecedor de algodão para a China, atrás apenas dos Estados Unidos, e tem conseguido manter o “market share” que ganhou durante a guerra comercial entre Washington e Pequim.
Busato disse que os norte-americanos estão no mercado chinês de algodão há muito tempo e já possuem acordos nos mesmos moldes que o firmado entre a Abrapa e a CCA.
De acordo com a Abrapa, a CCA foi criada em 2003 e possui dentre os membros desde produtores de algodão a empresas do setor têxtil e institutos de pesquisa.
“Ampliar as relações comerciais é o que (na ponta produtiva) vai trazer uma rentabilidade para o agricultor brasileiro. É isso que precisamos garantir para que a gente possa cada vez mais aumentar a área de algodão.”
A Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) estima que o Brasil deve encerrar a safra 2020/21 com vendas entre 700 mil e 750 mil toneladas da pluma para a China. Até março, foram embarcadas 651 mil toneladas, número que já superou o total enviado ao país na temporada 2019/20, de 570 mil.
Depois de registrar neste ano o melhor primeiro trimestre da história, a Anea projeta embarques de 2,3 milhões de toneladas de algodão para o acumulado da safra 2020/21, alta de 21%.
Isso porque o Brasil tem ampliado as vendas de algodão não só para a China, como para diversos países asiáticos, disse o diretor da Anea, Miguel Faus.
“Aumentamos nossa presença e esse esforço de relacionamento é feito em todos esses países, não só na China, para não ter uma concentração e podermos atender a todos”, afirmou o executivo, sobre a existência de uma alternativa caso os chineses avancem nos negócios com os EUA, em detrimento do produto brasileiro.
O analista da consultoria Safras & Mercado Elcio Bento acrescentou que o cenário é promissor para as exportações, pois, além da demanda aquecida dos asiáticos, o Brasil conta com um dólar favorável, safra menor nos Estados Unidos e amplo excedente exportável, visto que o consumo interno caiu na pandemia da Covid-19.
Ele calcula que a oferta brasileira deve atingir 3,045 milhões de toneladas no ano comercial de 2020/21 (julho de 2020 a maio de 2021), ante 2,53 milhões no ciclo anterior. Por outro lado, o consumo doméstico deve baixar de 680 mil para 660 mil toneladas – o menor patamar da série histórica iniciada em 2004/05.
“No acumulado da atual temporada foram exportadas 2,23 milhões de toneladas – o maior volume já verificado em um ano comercial – e um montante que supera… o mesmo período do ano passado em 21,4%.” (Com Reuters)
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